Redação (23/03/06)- O diretor executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos- SIPS, no Rio Grande do Sul, Rogério Kerber, disse nessa terça-feira (22), em conversa à Agência Safras, que a indefinição em torno da reabertura de mercado russo para a carne suína do Rio Grande do Sul segue preocupando o setor.
A Rússia é o nosso maior mercado e precisamos trabalhar de forma muito forte nesse sentido. O mercado de suínos vem sinalizando dificuldades extremas, nossos espaços para estocagem estão chegando ao fim, avaliou o dirigente.
De acordo com Kerber, além do represamento da produção decorrente da queda nas exportações e dos baixos preços de mercado interno o kg do suíno foi negociado a R$ 1,55 kg vivo na semana passada contra até R$ 2,10 de início do ano o mercado de suínos enfrenta forte concorrência com a oferta crescente de carne de frango a preços deprimidos.
O frango está chegando ao consumidor a R$ 0,99/1,00 o quilo. Isso no curtíssimo prazo nos cria uma dificuldade muito grande uma vez que o mercado de suínos não tem condições de colocar no mercado esse nível de redutor de preço, enfatiza o diretor.
Quanto à linha de crédito de R$ 300 milhões disponibilizada pelo governo na semana passada para estocagem de milho e que também deve beneficiar indústrias de aves e suínos, o dirigente diz que ajuda, mas não resolve o problema do setor. O incentivo ajuda, até é razoável para não depreciar demais os preços do milho, mas não tem a finalidade direta de resolver o desconforto da cadeia de suínos.
Dados do SIPS mostram que no ano passado o Rio Grande do Sul embarcou 89 mil ton de carne suína para a Rússia, o equivalente a uma média de 7.416 ton/mês. As exportações brasileiras de carne suína, por sua vez, totalizaram 404 mil ton, o equivalente a uma média de 33.600 ton/mês.
O Rio Grande do Sul vem registrando embarques para Argentina, Uruguai, Hong Kong e África do Sul, mas de acordo com o dirigente em poucos volumes, nada muito expressivo se comparado às compras feitas pela Rússia.
A expectativa de mercado gaúcho recai sobre a visita do Ministro da Agricultura da Rússia ao Brasil, marcada para o próximo dia 04 de abril. Esperamos que até lá as negociações estejam concluídas, diz Kerber.