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Influenza pressiona

<p>Gripe deve frear alta de preço do frango no exterior.</p>

Redação AI 16/12/2005 – Em 2006, será mais difícil elevar os preços no mercado internacional de frango, admitem os exportadores brasileiros. Após uma valorização média de 15,32% nos preços até novembro deste ano, decorrente da demanda aquecida, principalmente por causa da gripe aviária, a expectativa é de cotações estáveis em 2006, segundo Ricardo Gonçalves, presidente da Abef (reúne os exportadores).

Ironicamente, a previsão de um ano de “menos elasticidade” nos preços é resultado também da gripe aviária – o influenza aviária – que afeta regiões da Ásia e agora chegou ao leste europeu. “Pode haver restrição ao consumo por causa da influenza”, admitiu Gonçalves. As próprias empresas exportadoras, como a Sadia, por exemplo, reconhecem que já houve um recuo na demanda no leste europeu

De qualquer forma, a Abef prevê um crescimento dos volumes exportados em 2006, entre 5% e 10%, sobre as 2,8 milhões de toneladas estimadas para este ano. Em 2004, foram 2,47 milhões de toneladas. A expectativa é de ampliar a participação na China e na Coréia do Sul e atingir mercados como Sérvia e Turquia, na Europa Central.

Gonçalves evitou fazer previsões sobre a receita com as exportações em 2006. Diante do quadro de pouca elasticidade dos preços e da variação cambial, a avaliação é de que a receita crescerá “alguns pontos percentuais” acima do que o volume crescer, disse o executivo.

Este ano, a estimativa é de que os embarques de carne de frango rendam US$ 3,5 bilhões, cerca de US$ 900 milhões mais que em 2004, ou uma alta de 35%.

De acordo com Gonçalves, em 2005, o setor exportador conseguiu elevar os preços, compensando em parte a desvalorização do dólar ante o real. O avanço dos preços ocorreu principalmente na Ásia, com destaque para o Japão. As vendas ao país somaram US$ 603,4 milhões até novembro, 30,43% mais do que no mesmo período de 2004, conforme a Abef.

Os embarques para a Rússia, outro importante mercado para o Brasil, totalizaram US$ 249,6 milhões de janeiro a novembro, um aumento de 69% em relação ao mesmo intervalo de 2004.

O mercado russo, aliás, é uma incógnita neste momento, já que o país embargou as compras de carne de frango de Mato Grosso do Sul e Paraná (um dos maiores estados exportadores) por causa do surgimento da febre aftosa.

Como não há embarques nesta época do ano, por causa do inverno, as vendas não devem ser afetadas agora. A Abef espera, porém, que os técnicos do governo consigam que os russos retirem o embargo ao Paraná “o mais rápido possível” para que as vendas não sejam prejudicadas em 2006.

As exportações entre janeiro e novembro deste ano somaram 2,6 milhões de toneladas, com receita de US$ 3,150 bilhões. O preço médio foi de US$ 1.212 por tonelada no período. Só em novembro, o preço teve valorização de 38% sobre igual mês de 2004.