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Docentes discutem na Abraves desafios do ensino da suinocultura

<p>Durante o encontro foi montada uma comissão para a realização de um levantamento da realidade do ensino da suinocultura no Brasil.</p>

Redação SI (06/10/2005) – A suinocultura brasileira ostenta níveis de produtividade comparáveis aos dos maiores produtores mundiais de suínos. Ao lado dos avanços nas áreas de nutrição, equipamentos, genética, saúde animal e manejo, a qualidade profissional dos técnicos brasileiros é grande responsável pelo atual nível de excelência da atividade suinícola nacional. Daí pode se concluir com toda segurança que a formação dos profissionais que atuam no segmento é essencial para a manutenção da competitividade da suinocultura brasileira. Diante dessa perspectiva, o ensino da medicina veterinária tem um grande desafio: continuar formando profissionais gabaritados e aptos a garantir o desenvolvimento da atividade no Brasil. 

Para discutir as possibilidades acadêmicas da suinocultura, a Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos (Abraves) realizou durante a tarde de ontem (05/10) o 2o.  Encontro dos Professores de Suinocultura.

O debate contou com boa participação de público e pôs em pauta assuntos como carga horária, conteúdos programáticos e, sobretudo, a necessidade de unificação curricular das faculdades de medicina veterinária do País.

Segundo Vânia Maria Arantes, Coordenadora do Curso de Especialização em Suinotecnia da Universidade Federal de Uberlândia e coordenadora do encontro, é preciso uniformizar o ensino da suinocultura (conteúdo e programas) nas diferentes regiões do País com o objetivo de promover a melhoria de sua qualidade. “O Brasil tem escolas formadoras de opinião. Nas universidades brasileiras temos profissionais muito bem capacitados. Mas há uma diversidade muito grande no ensino da suinocultura no País”, avalia Vânia. Ela cita como exemplo a região Sul do Brasil, que por deter o maior rebanho de suínos, dominar as exportações de carne suína e ter um maior número de escolas exporta mão-de-obra para o restante do País.

Panorama nacional – O Brasil conta hoje com 112 escolas de medicina veterinária, sendo que a maior parte delas é particular. De acordo com Vânia, a grande quantidade de escolas e vagas em medicina veterinária e zootecnia muitas vezes geram baixa qualidade de ensino.

A desuniformidade na distribuição e falta de verba para ensino e pesquisa, considerando-se as diferentes condições regionais, é apontada pela especialista como outro problema para o ensino da disciplina de suinocultura nas escolas brasileiras.

Vânia também ressalta a progressiva diminuição do financiamento do ensino público no Brasil. Segundo ela, é preciso investir na estruturação de parcerias visando um maior incentivo de recursos para o fortalecimento do ensino público. “É necessário sensibilizar órgãos de fomento federais, estaduais ou regionais e estreitar parcerias com empresas privadas”, diz a professora. 

Resultados do encontro – Segundo Vânia, o a reunião teve como objetivo principal unir a classe para discutir o ensino da suinocultura no Brasil. Nesse sentido, o encontro gerou resultados concretos. Foi montada uma comissão, formada por representantes de cada Estado membro da Abraves, cuja incumbência é realizar um levantamento da realidade do ensino da suinocultura no Brasil. A idéia é construir uma proposta mínima para a padronização do ensino da suinocultura no Brasil. “Temos consciência de que essa será uma tarefa bastante difícil”, afirma Vânia. “Os trabalhos dessa comissão são de suma importância para que possamos traçar estratégias para melhorar e aprimorar a qualidade do profissional médico veterinário especializado em suinocultura”, avalia a professora.