Da Redação 19/09/2005 – O alinhamento dos fatores que influenciam a decisão dos agricultores na hora de tomar a decisão para o plantio da safra 2005/05 forma a pior conjunção dos últimos dez anos, desde a grande crise provocada pelo endividamento do setor agrícola que culminou com a securitização da dívidas.
A diferença é que a crise do final dos anos 90 resultou de uma bola de neve acumulada ao longo dos anos por sucessivos planos econômicos, que elevaram os encargos das dívidas acima do aumento dos preços agrícolas. A atual veio de um vez só, mas, por outro lado, pegou os produtores mais capitalizados após três seguidos anos de bons resultados.
A quebra expressiva na produção de grãos provocada por uma forte estiagem na região Sul, a queda dos preços das commodities no mercado internacional e a desvalorização cambial são os ingredientes que temperam a crise atual da agricultura.
Diante do cenário nebuloso, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, diz que a única certeza é que será menor o uso de tecnologia nesta safra, como fertilizantes e defensivos. Ele diz que as informações que vêm do campo sinalizam para redução na área plantada em entre 2% e 3%.
A Agroconsult prevê a colheita de uma redução de 6,4% na área plantada na safra 2005/06, para 45,5 milhões de hectares. A produção é estimada em 116,2 milhões de toneladas na safra de grãos 2005/06, volume 2,8% superior ao da safra 2004/05, que teve uma quebra de 18 milhões de toneladas em função da estiagem.
Mais que a redução da área plantada, o que mais preocupa é a queda de produtividade que deve ocorrer em função da tendência de menor utilização de insumos. Os dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) mostram que as entregas de fertilizantes da indústria às revendas nos primeiros sete meses deste ano somaram 7,7 milhões de toneladas, volume 24,5% abaixo do registrado em igual período do ano anterior.
É este cenário difícil que o especial Safra 2005/2006, produzido pela Agência Estado, busca relatar e analisar. Entre os temas abordados, estão as expectativas para as principais lavouras brasileiras, o uso dos transgênicos no próximo plantio e como os produtores do Rio Grande do Sul estão fazendo para retomar suas atividades depois dos prejuízos da última safra.
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