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Exportações do agronegócio desaceleram

<p>Embora o resultado das vendas externas do campo entre janeiro e maio seja recorde, setor demonstra perda do fôlego em manter o ritmo de crescimento de remessas de commodities agrícolas ao mercado mundial.</p>

Da Redação 30/06/2005 – O resultado das exportações do agronegócio acumulados entre janeiro e maio é recorde, mas demonstra perda do fôlego do setor em manter o ritmo de crescimento de remessas de commodities agrícolas ao mercado mundial. O temor está sendo manifestado pelas cooperativas paranaenses (Ocepar), com base em informações da Agrolink. Os números, segundo a entidade, provam essa crise.

Nos primeiros cinco meses do ano passado, o agronegócio foi responsável por 41,5% do total das exportações no período. Entre janeiro e maio de 2005, o agronegócio reduziu sua participação no total das exportações brasileiras para 36,8% do total. O resultado das exportações do agronegócio deste ano, menos positivo que o do 2004, deve-se principalmente aos problemas enfrentados no mercado de soja, que é o carro-chefe das exportações do setor. 

As vendas do complexo soja somaram US$ 3,24 bilhões até maio, 10,2% a menos que os US$ 3,61 bilhões de igual período do ano passado. Além disso, a supersafra dos Estados Unidos fez com que os preços internacionais da soja, referenciados pela Bolsa de Chicago, caíssem. O preço médio de exportação dos produtos do complexo soja era de US$ 228,3 por tonelada, em maio deste ano. O valor é 20,1% inferior ao de US$ 285,9 por tonelada, praticado em maio do ano passado. 

O complexo soja, que foi responsável por exportações de US$ 10 bilhões no ano passado, deverá responder por apenas US$ 8 bilhões, este ano. Alguns segmentos conseguiram driblar o cenário de crise, como nos casos do café, açúcar e álcool, produtos que tiveram aumento dos preços internacionais. Os resultados melhores desses segmentos, no entanto, não conseguem compensar a perda geral de fôlego das exportações do agronegócio brasileiro. 

Quebra da safra pode prejudicar fornecedores 

A quebra da safra 2004/05 vai refletir negativamente nas encomendas de insumos e nos investimentos em maquinário para o próximo plantio. O prognóstico é da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag). A safra deve ter uma queda de 20 milhões de toneladas. A quebra é sobre a previsão inicial de 130 milhões de toneladas.  

As vendas de tratores caíram 30% até maio. Já as de colheitadeiras deverão recuar 80% até o final de 2005 (até maio a queda foi de 70%). As vendas de fertilizantes e de sementes para a safra 2005/06 ficará estável em relação à safra anterior. Mas, até maio, a Andef registrou queda estimada entre 10% e 15% na venda de defensivos agrícolas. A expectativa de vendas para este ano é de 18 milhões de toneladas a 20 milhões de toneladas, ante as 22,7 milhões de toneladas comercializadas em 2004.