Da Redação 20/05/2005 – A quarta estimativa da safra nacional de 2005 aponta para uma produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 116,341 milhões de toneladas, contra os 119,369 milhões de toneladas obtidas em 2004. Os estimativas foram divulgadas, nesta quinta, dia 19, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se de uma redução de 2,54% em relação à safra de 2004, e de 2,63% em comparação à estimativa de março.
Em relação a 2004, observa-se um acréscimo de 0,91% (48 milhões de hectares) na área plantada. A região Sul, que participa com 34,34% da produção nacional (39,956 milhões de toneladas), apresenta uma redução de 18,19% em relação a 2004 .A queda é resultado da estiagem que atingiu a área.
A região Centro-Oeste, que responde nesta safra por 37,31% da produção total (43,409 milhões de toneladas), apresenta acréscimo de 8,57% em relação a 2004. As regiões Norte, Nordeste e Sudeste, responsáveis, respectivamente, por 3,47% (4,037 milhões de toneladas), 9,05% (10,530 milhões de toneladas) e 15,82% (18,409 milhões de toneladas) apresentam, na mesma ordem, aumentos de 13,52%, 12,65% e 4,34%.
No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de abril, destacam-se as variações nas estimativas de produção, comparativamente ao mês de março, de três produtos: feijão em grão 2 safra (4,39%), milho em grão 2 safra (-17,81%) e Soja em grão (-2,30%).
A variação positiva verificada na estimativa de produção do feijão 2a. safra, deve-se às primeiras informações do estado da Bahia, o qual apresenta para esta temporada, acréscimos de 38% na produtividade e 31% na produção esperada, considerando a diminuição de 5% na área plantada em relação ao mês de março. Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, Estados produtores de feijão, apresentam, respectivamente, decréscimos de 49% e 12% nas suas produções em conseqüência ao longo período de estiagem sofrido pelos seus principais municípios produtores de feijão.
A carência de chuva também afetou o milho 2 safra. Observam-se significativas retrações na produção estimada para este mês no Paraná (-26%), Mato Grosso do Sul (-55%) e Goiás (-7%), sendo aguardadas produções de 2,3 milhões de toneladas, 840 mil toneladas e 650 mil toneladas, respectivamente.
Fenômenos meteorológicos deficiência hídrica no período vegetativo e reprodutivo da cultura e chuva no período de colheita também foram responsáveis pela queda na produção da soja em abril. Os efeitos negativos destas condições climáticas foram verificados com mais ênfase na redução da produção dos estados do Paraná (-2,5%), Rio Grande do Sul (-14,8%) e Mato Grosso do Sul (-10,3%), sendo agora aguardadas produções de 9,3 milhões de toneladas, 2,6% milhões de toneladas e 3,8 milhões de toneladas, respectivamente. Observa-se que a colheita dos produtos de 1a. safra encontra-se praticamente concluída.
Com referência ao milho da 2a. safra, que juntamente com as culturas de inverno são acompanhadas nessa época do ano, verifica-se uma retração de 22% na produção aguardada e de 10% na área destinada ao milho neste segundo período de plantio. Uma das principais causas para esses decréscimos, foi a falta de chuvas na época recomendada para o plantio. O risco climático é muito grande, quando plantado fora do período. São também relevantes as geadas na região Sul e no Mato Grosso do Sul e os prolongados intervalos entre precipitações da região Centro-Oeste. As maiores diminuições são verificadas no Paraná (-32%), Mato Grosso do Sul (-55%) e Goiás (-37%), com produções de 2,3 milhões de toneladas, 840 mil toneladas e 650 mil toneladas, respectivamente. Por conseguinte, espera-se para 2005 um montante de 8,332 milhões de toneladas, contra 10,665 milhões de toneladas colhidas em 2004, neste mesmo período de produção.
Quanto ao trigo, a 1a. estimativa para 2005, excetuando-se o Rio Grande do Sul, que por razões de calendário agrícola, ainda não consolidou a semeadura, indica uma produção da ordem de 5,7 milhões de toneladas, ligeiramente menor em 1,30% que a safra obtida em 2004. O Paraná, maior produtor nacional, e com uma participação de 55% do trigo produzido no país, espera colher um volume de 3,2 milhões de toneladas, 4,4% a mais do que 2004. Nos demais Estados, onde o trigo tem menor importância, as variações na produção são as que se seguem: Minas Gerais (-39%), São Paulo (-7%), Mato Grosso do Sul (-43%) e Goiás (-93%). Esses decréscimos da produção estão relacionados a menor área plantada em função dos preços não serem considerados satisfatórios pelos produtores.