Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

"No vermelho"

<p>Segundo a APA, custo de produção do frango vivo na granja superou a média de preços praticados no mercado atacado de São Paulo em abril.</p>

Redação AI 04/05/2005 – O custo de produção do frango vivo na granja superou a média de preços praticados no mercado atacado de São Paulo em abril. Levantamento feito pelo consultor José Carlos Teixeira, diretor executivo da Associação Paulista de Avicultura (APA), mostra que o custo médio foi de R$ 1,30 por kg de ave viva. Já o preço médio comercializado foi de R$ 1,22/kg. Em linhas gerais, isso significa que o granjeiro está tendo margem negativa de 6,15%.

Já é o quarto mês consecutivo “no vermelho”, atesta o relatório. Em março, o custo do frango vivo ficou em R$ 1,40/kg, contra preço de venda de R$ 1,25/kg (margem negativa de 10,7%); já em fevereiro, o custo foi de R$ 1,40/kg, e o preço, de R$ 1,38/kg (margem negativa de 1,42%); em janeiro, por fim, o custo foi de R$ 1,46/kg, com preço de venda a R$ 1,40/kg (margem negativa de 4,28%).

Segundo Teixeira, as oscilações do preço do milho e da soja estão por trás da equação de custo, uma vez que a alimentação responde por 85% da produção do frango vivo. “Só o milho já responde por 50% do custo, e o cenário de maior calmaria desse mercado promete impedir que a margem continue negativa”, diz.

O diretor executivo da APA observa que a maior parte dos granjeiros de São Paulo trabalha integrada à indústria, sendo menos sensível aos preços do atacado do frango vivo. “Os avicultores independentes, que negociam no atacado, são uma parcela bem menos importante da produção.” Por isso, ele descarta que a margem negativa tenha impacto na oferta de carne nos próximos meses.
Isso porque o preço de venda do frango abatido continua superior a seu custo de produção.

Em março, o preço médio do frango abatido ficou em R$ 1,74/kg, contra R$ 1,70/kg do custo. “A tendência é se alargar mais esta margem, e a preocupação vai ficar mesmo por conta do segundo semestre deste ano”, diz. “Afinal, ainda não está definido o tamanho da safrinha de milho, que é o grande custo para a avicultura.”

No curto prazo, Teixeira afirma que a produção de carne deve seguir estável. “A produção de pintos de corte em março foi de 376,8 milhões de cabeças, e a previsão de abril é de que fique em 375 milhões de cabeças, um número praticamente estável.”