Da Redação 18/04/2005 – Os números divulgados nessa quinta, dia 14, no último levantamento da Emater para a cultura da soja no Rio Grande do Sul revelam um panorama desanimador. De acordo com os dados, a produtividade média das lavouras gaúchas na maior seca registrada no Estado em mais de 60 anos é de apenas 558 quilos por hectares, a menor desde 1970, quando o órgão iniciou a sua série histórica sobre o acompanhamento de safras. A queda bate, inclusive, o pior ano no período (1991), quando o rendimento foi de 720 quilos por hectare.
A produtividade da oleaginosa representa quebra de 72,15% em relação às expectativas iniciais de 2.007 quilos por hectare. Uma produção total de apenas 2,312 milhões de toneladas, ante os 8,3 milhões esperados inicialmente. A safra estimada é 58,29% inferior à de 2003/2004 (5,542 milhões), que também sofreu problemas de estiagem.
Para o diretor técnico da Emater, Ricardo Schwarz, ao deixar de colher em torno de 6 milhões de toneladas, o Rio Grande do Sul perde cerca de R$ 3,3 bilhões só com o produto (não considerado o valor agregado e a cadeia produtiva envolvida). O diretor considerou no cálculo o valor de R$ 33 a saca de 60 quilos.
As chuvas dos últimos dias têm dificultado, em parte, o trabalho de colheita da soja e do arroz. Mesmo assim, na última semana os produtores conseguiram avançar sobre 40% das lavouras cultivadas de soja, contra os 28% registrados na semana passada.
A umidade em excesso, que tanta falta fez durante o verão, começa a preocupar os agricultores, que se vêem forçados a retirar a pouca soja obtida, com umidade acima do recomendável para o armazenamento. Tal situação tem obrigado os produtores, em casos isolados, a passar o grão por secadores antes de guardar o produto. Segundo Schwarz, até o momento não há indicativos a respeito de maiores prejuízos por tal situação.