Redação SI 12/01/2004 – 04h30 – Santa Catarina terá que reduzir a produção em 500 mil suínos em 2004, aponta o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abiceps), Pedro Benur Bohrer. Isso representa uma queda de 7% na produção e 40 mil toneladas a menos que em 2003, quando foram abatidas cerca de 8 milhões de suínos.
Bohrer disse que a estratégia faz parte de um plano da Abipecs para adequar a produção à demanda. Em 2003, houve queda de 3 milhões de cabeças no país e 530 mil no Estado, em virtude de problemas como a crise da suinocultura, fechamento da Chapecó Alimentos e abate de matrizes por problemas de Aujezsky.
Agora, a Abipecs vê a necessidade de uma nova redução em virtude das cotas estabelecidas pela Rússia, principal mercado da carne suína brasileira. Das 500 mil toneladas exportadas em 2003, a Rússia compra 62% (310 mil toneladas). Com a nova cota de 150 mil toneladas que o Brasil deve disputar com outros países, a previsão é de uma redução de 170 a 160 mil toneladas. Esse é o volume que deve ser reduzido em todo o país, segundo Bohrer.
A cota de Santa Catarina foi definida de acordo com a produção e exportação. O Estado responde por cerca de 25% da produção nacional e 60% da exportação. O presidente da Abipecs disse que a redução faz parte de uma ação que será desenvolvida em todo o país, em parceira com a Associação Brasileira de Criadores de Suínos, associações estaduais e agroindústrias. Isso deverá ser posto em prática logo, com a redução no alojamento de matrizes. “O produtor que tem 100 matrizes deve trabalhar com 90.”
Para o presidente da Abipecs, essa é a solução mais barata para evitar uma nova crise no setor.
Ele destacou que mesmo com a ocorrência do mal da vaca louca nos Estados Unidos, o Brasil ainda não está aberto para conquistar mercados como Japão, Coréia, China e México. Bohrer, considera acertada a iniciativa catarinense em buscar assessoria técnica no Exterior.
Proposta para abrir mercado europeu
O secretário de Agricultura, Moacir Sopelsa, viaja no dia 19 para a Itália, onde deverá manter encontros com o presidente da Organização Mundial de Epizootias (OIE), Romano Marabelli, e diretores do Instituto Zooprofilático de Teramo. “Um acordo seria altamente positivo para o Estado”, disse Bohrer.
Ele destacou que Santa Catarina deve continuar investindo e até ampliar os recursos destinados ao controle sanitário, pois isso reflete diretamente nas exportações. O objetivo, a longo prazo, é abrir o mercado europeu para a carne suína catarinense.