Da Redação 18/03/2004 – 05h12 – Armazenadores profissionais devem contar com uma linha de financiamento específica para construção e ampliação de armazéns ainda este ano. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) espera lançar o programa no plano agrícola e pecuário para safra 2004/2005, a ser divulgado até maio.
A informação é de José Maria dos Anjos, diretor do Departamento de Abastecimento Agropecuário da Secretaria de Política Agrícola do Mapa. Ele participou ontem, em Londrina, do 1o. Seminário de Formação de Corretores Investidores em Agronegócios, promovido pela Bolsa de Cereais e Mercadorias de Londrina (BCML). O evento termina hoje.
A linha de financiamento está entre as prioridades do ministério. “A falta de infra-estrutura para armazenagem é preocupante”, afirmou José Maria. De acordo com ele, o País vai produzir 130 milhões de toneladas de grãos, mas só tem capacidade para armazenar 90 milhões de toneladas.
Outro problema é que apenas 5% desta capacidade está nas propriedades. Sem ter onde guardar a safra, produtores acabam perdendo as melhores oportunidades de comercialização. “O armazém próprio garante maior tranquilidade para vender”, comentou, acrescentando que o Mapa já lançou uma linha específica para finaciamento de armazéns na propriedade rural.
Durante o seminário, o representante do ministério informou que o órgão tem intenção de perenizar de algumas políticas agrícolas. Isso significa que elas se repetirão a cada ano, sem necessidade de serem relançadas no plano anual.
Outro assunto em estudo é a criação de um instrumento de opção privada. O novo mecanismo vai funcionar como os contratos de opção do governo federal. A diferença é que as mercadorias serão adquiridas por empresas privadas que as utilizam como matéria-prima. O governo ficará com a responsabilidade de pagar os prêmios da transação, quando for necessário. “Com essa opção, o Mapa vai poder apoiar a aquisição de um volume maior de mercadoria”, comentou.
Também com intenção de movimentar mais recursos para o agronegócio, o governo estuda a criação de um Fundo de Investimento Agrícola. A idéia é captar dinheiro de investidores interessados em investir no setor. Os recursos disponíveis serão utilizados para financiar a atividade agropecuária. “O agronegócio está em evidência, por isso, a aceitação deve ser boa”, disse, lembrando que a oficialização dessas políticas depende da obtenção dos recursos necessários.