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Quebra da safra gaúcha chega a 29%

Estiagem persistente vai causar perdas elevadas no RS, principalmente na sojicultura.

Da Redação 26/03/2004 – 08h24 – A persistente estiagem que castiga as lavouras gaúchas vai causar perdas elevadas principalmente na soja. Levantamento divulgado ontem pela Emater mostra que a safra gaúcha deve atingir 6,054 milhões de toneladas, um volume 29,05% inferior ao (8,534 milhões de toneladas). Os dados foram coletados entre os dias 16 e 23 deste mês em 214 municípios que correspondem a cerca de 70% da área de soja no estado, um total de 3,896 milhões de hectares. O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor nacional de soja, atrás do Mato Grosso e Paraná.

O diretor técnico da Emater, Ricardo Schwarz, estima que, em termos de valor bruto, a quebra já causou um prejuízo de R$ 3 bilhões se o cálculo for feito a partir dos preços atuais da soja. Para os técnicos do órgão, mesmo ocorrendo chuvas nos próximos dias não existem boas perspectivas em relação à recuperação das lavouras.

As maiores perdas, apesar de esparsas, estão sendo registradas no noroeste gaúcho. “Em pontos distantes 20 quilômetros dentro do mesmo município temos lugares onde as precipitações foram normais e outros onde chuva menor”, diz agrônomo Neimar Damian Peroni, assistente técnico do escritório regional da Emater em Ijuí. Um exemplo é o caso de Santa Bárbara do Sul.

No município, onde foram plantados 66 mil hectares de soja, em 15% da área choveu pouco mais de 100 milímetros entre janeiro e fevereiro e a produtividade máxima esperada é de 20 sacos por hectare. Em outra região do município, correspondente a 50% da área plantada em Santa Bárbara do Sul, a precipitação nos dois meses chegou a mais de 300 milímetros.

Nestes pontos, o rendimento esperado fica entre 40 e 45 sacos por hectare. Nos 47 municípios de abrangência do escritório regional de Ijuí, a quebra média verificada é de 24%. A situação mais grave é verificada em Jóia, onde a colheita deve apresentar produtividade de apenas sete sacos por hectare.

A seca também afeta a cultura do milho, mas os prejuízos verificados na cultura são menores. Os 1,347 milhão de hectares plantados no Rio Grande do Sul devem gerar uma produção de 4,301 milhões de toneladas, o que significa uma safra 15% menor em comparação com as projeções iniciais.

Para amenizar os prejuízos, a Emater resolveu montar uma campanha de orientação aos produtores para evitar ao perdas na colheita.