Da Redação 05/04/2004 – 05h00 – O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ivan Wedekin, participa nesta segunda-feira, dia 5, em São Paulo, de mais uma rodada de discussão para a implementação do Fundo de Investimento no Agronegócio. Desta vez, Wedekin debaterá a proposta na Federação Brasileira da Associação de Bancos (Febraban), quando tratará especificamente sobre a criação do Certificado de Recebível do Agronegócio.
“Esse instrumento financeiro funcionará como lastro dos fundos de investimentos no agronegócio”, explicou, acrescentando que os recebíveis poderão ser contratos, duplicatas rurais, Cédula de Produto Rural (CPR), títulos de contas a receber de empresas, entre outros papéis.
De acordo com Wedekin, a proposta de criação do Fundo de Investimento do Agronegócio faz parte da estratégia do governo federal de inserir a agricultura no mercado de capitais.
“Isso permitirá atrair para o agronegócio recursos disponíveis no mercado para aplicações.”
Segundo o secretário, o ministério está trabalhando para que o novo mecanismo de política agrícola esteja operando já no segundo semestre. Para tanto, ele também já participou de rodadas de discussão sobre o assunto no Banco Central, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na Bolsa de Mercados & Futuros (BM&F) e na Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid).
Wedekin acredita que a criação do Fundo de Investimento no Agronegócio será importante para atrair verbas para impulsionar mais a agropecuária e a agroindústria no país. Hoje, calcula, 30% da necessidade de capital de giro dos produtores é atendida por intermédio de financiamento via crédito rural oficial.
“Os 70% restantes são supridos via recursos próprios dos produtores ou por intermédio de tradings, indústrias de insumos e de processamentos e CPRs”, calcula. Entretanto, observa o secretário, a taxa de juro é muito alta nas operações realizadas fora do crédito agrícola oficial. Ele acredita que o novo mecanismo de política agrícola, aliado à redução dos juros, poderá garantir financiamento a taxas compatíveis para os produtores.
Wedekin diz que em fevereiro deste ano os fundos de investimentos tinham um patrimônio de R$ 522 bilhões. Se o agronegócio conseguir captar 10% desse volume no mercado de capitais, conseguirá contar com mais recursos, por exemplo, do que os R$ 32,5 bilhões destinados para custeio, investimento e comercialização no Plano Agrícola e Pecuário 2003/2004.