Da Redação 07/04/2004 – 05h23 – Depois da alemã Basf, a também alemã Bayer registrou lucro líquido em 2003, apresentando um ganho de R$ 175 milhões graças ao boom do setor agrícola. Em 2002, a companhia teve prejuízo de cerca de R$ 280 milhões.
O mesmo já havia ocorrido com a Basf, que revelou um lucro de R$ 43 milhões em 2003, depois de ter amargado um prejuízo de R$ 213,3 milhões no ano anterior.
Com o foco no setor agrícola, a Bayer CropScience superou, pela primeira vez, as vendas combinadas das divisões de polímeros, química e farmacêutica no Brasil.
A receita líquida da empresa foi de R$ 1,9 bilhão, contando a incorporação da Aventis CropScience, em junho de 2002. A receita combinada da Bayer no país foi de R$ 3 bilhões, cerca de 25% acima do resultado de 2002.
Áreas da divisão farmacêutica, como saúde animal, e do setor químico, com produtos voltados à agroindústria, também responderam para o resultado de 2003.
“O bom desempenho se explica pelo desenvolvimento do setor agrícola e do lançamento de novos produtos”, disse o presidente do grupo Bayer no Brasil, Armin Burmeister. De acordo com Burmeister, a filial brasileira, que hoje ocupa a décima posição entre todas as subsidiárias, tentará conquistar a 8a. posição em volume de vendas. “Se as tendências positivas do mercado brasileiro forem mantidas, esperamos alcançar nossas metas.”
A Bayer acredita que, neste ano, a expansão do setor agrícola permitirá a continuidade de crescimento do grupo. Segundo o presidente da BayerCropScience no Brasil, Marc Reichardt, a expectativa é crescer 20% neste ano, por conta das vendas de fungicidas nas plantações soja e algodão. Para o grupo, a previsão é crescer ligeiramente acima do PIB. Estão previsto investimentos de R$ 50 milhões em melhorias operacionais.
Entre os novos produtos lançados no ano passado, Burmeister destaca o caso do Levitra, medicamento contra a disfunção erétil, cujas vendas cresceram cerca de 50% em 2003.
Mas não existe expectativa de um crescimento nesta proporção para este ano se continuar a proibição da veiculação de comerciais para este tipo de medicamento por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo o vice-presidente da divisão de HealthCare, Sérgio Oliveira.
Em 2003, a subsidiária brasileira recebeu um aporte de R$ 375 milhões da matriz, que permitiu, entre outras coisas, reduzir a dívida total de curto prazo de R$ 1,4 bilhão para R$ 600 milhões. “Melhoramos a situação patrimonial, fugindo dos juros altos”, diz o diretor financeiro e administrativo, Marcelo Soares. Segundo ele, o resultado da filial brasileira se destacou entre as demais unidades do grupo no mundo.
Em contrapartida, a matriz apresentou seu pior resultado em 141 anos de história, com prejuízo de 1,4 bilhão de euros, por conta da reestruturação mundial.
A partir do dia 1o. de julho, Marcelo Soares assumirá o comando da Lanxess no Brasil, empresa que abrigará a divisão química e de algumas áreas do setor de polímeros. A Bayer pretende colocar a empresa à venda no início de 2005, com o lançamento de ações na bolsa de valores.