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Exportação não eleva preço do frango em SC

Presidente da Faesc garante que preço da carne tende a se estabilizar no mercado interno.

Redação AI 14/04/2003 – 05h00 – As exportações de frango que cresceram 6,5% em volume e 40% em faturamento em fevereiro, chegando a US$ 187,4 milhões, não devem ter grande influência no preço interno. Apesar de alguns especialistas apontarem para uma possível escassez do produto no mercado interno, elevando os preços, a maioria das lideranças catarinenses discordam desta tese.

O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc) e da Coopercentral Aurora, José Zeferino Pedrozo, disse que houve um aquecimento no início do ano, onde o quilo vivo aumentou de R$ 1,55 para R$ 1,90, mas que agora há tendência de estabilização e possível queda.

Mesmo com o aumento de custos, Pedrozo afirmou que as agroindústrias tem uma grande produção e tem que vender. Além disso, a perda de poder aquisitivo da população inibe um aumento de preços no mercado interno. Pedrozo disse que, se não houver um fato novo, o mercado interno deverá ficar estável.

Ele destacou que as indústrias não estão aumentando muito o volume de exportações e sim o valor agregado dos produtos. A Aurora, por exemplo, contratou 250 novos funcionários para ampliar a produção de cortes na unidade de Maravilha.

A industrialização dos 140 mil frangos por dia da unidade vai passar de 65% para 100%. O objetivo da Aurora, que faturou R$ 1,27 bilhão em 2003, é ampliar as exportações de 20% para 35% durante este ano.

O mestre em Agronegócio da Embrapa Suínos e Aves de Concórdia, Pedro Guedes, também aposta na estabilidade do preço do frango ao consumidor. Ele disse que as agroindústrias estão apostando não num aumento de escala e sim de valor nos produtos vendidos ao mercado externo, graças a problemas que outros países tiveram com a Influenza (gripe do frango).

Subprodutos estão sobrando no mercado

Com o aumento da venda de cortes, ocorreu a sobra de subprodutos, com menor valor, que depreciam o preço no mercado interno. Além disso, houve um acréscimo no alojamento de 6%. Guedes afirmou que estes fatores, aliados à queda de receita do consumidor brasileiro, vai manter os preços estabilizados.

O consumo per capita de 33 quilos não deve crescer, podento até cair. A única possibilidade de reação seria a partir do segundo semestre, caso a economia tenha um aquecimento.

No mercado externo, Guedes prevê um aumento de 10% em volumes e 15% em receita.