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Produtor busca nova oportunidade

Quebra na lavoura de soja desanima gaúchos, que já estão deixando o Estado para produzir no MS.

Da Redação 03/05/2004 – 05h47 – Com as perdas em decorrência da estiagem, produtores gaúchos estão começando a deixar o Estado. O número de famílias dispostas a recomeçar suas vidas em outros estados tem crescido, principalmente na região das Missões, uma das mais castigadas pela seca no Estado. Este é o caso do agricultor Walter Sulis e do filho Fábio Sulis, que possuem terras em Eugênio de Castro e Entre Ijuís. Eles decidiram se mudar para MS em busca de novas oportunidades. O produtor perdeu 80% da lavoura de soja, a principal cultura local. Nos 39 hectares destinados ao cultivos nesta safra, o produtor colheu 12 sacas por hectare.

Agricultor há 30 anos, Walter disse nunca ter visto seca nestas proporções. Ele está esperando apenas vender parte das terras que possui no Estado para poder se mudar. “Até o começo do ano tudo estava indo bem, mas depois a crise ficou muito grave”, lamentou, argumentando que o lucro nos últimos anos tem sido muito inferior às perdas. Nem mesmo o anúncio de recursos do governo federal no valor de R$ 207 milhões para os atingidos pela estiagem animou os agricultores.

A situaçao de Eugênio de Castro, município com 3.350 habitantes, é considerada uma das mais graves do Estado. O prefeito Roberto Bruinsma salienta que desde que foi emancipada, em 1988, a populaçao rural diminuiu pela metade. “A seca tem prejudicado os pequenos agricultores que dependem da produçao para garantir o sustento da família”, destacou. Comparada ao ano passado, a quebra da colheita de soja foi de 60% e na do milho, 70%. A cidade é uma das 383 em situação de emergência.

A realidade de Santo Ângelo também é grave. As perdas no município chegaram a 50% em relação à soja. A expectativa dos agricultores era de colher cerca de 40 sacas por hectare, mas a maioria nao conseguiu atingir 20 sacas. Na parte Central do RS, a situação continua crítica. Em Ibirubá, animais sofrem com a seca dos açudes e a escassez de pasto. As chuvas das últimas semanas serviram apenas para amenizar a situação.