Da Redação 08/06/2004 – 08h28 – As exportações do agronegócio brasileiro continuam a bater sucessivos recordes. Puxadas pelo desempenho do complexo soja, carnes, açúcar e álcool, madeiras e cereais, as vendas externas do setor alcançaram US$ 3,4 bilhões em maio, um aumento de 21% em relação a igual período de 2003. Recorde histórico para os meses de maio, o superávit alcançou US$ 3,022 bilhões 25% acima de 2003. Pela primeira vez desde 1989, quando se iniciou a série, o saldo comercial superou esta cifra em um único mês.
Os dados, divulgados ontem (07/06) pela Secretaria de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mostram que o agronegócio foi responsável por 41,5% das exportações globais do Brasil nos primeiros cinco meses de 2004. As exportações do setor somaram US$ 14,1 bilhões, um resultado 28% acima do registrado entre janeiro e maio de 2003. O saldo comercial ficou positivo em US$ 12,12 bilhões um acréscimo de 34% sobre os US$ 9,05 bilhões do mesmo período do ano passado. Ambos os resultados foram recordes históricos para o setor.
Neste cinco primeiros meses do ano, destacaram-se as exportações do complexo soja (+26%), carnes (+55,4%), madeira e suas obras (+39,9%), açúcar e álcool (+52,5%) e cereais, farinhas e preparações (+357%). No acumulado dos últimos 12 meses, entre junho de 2003 e maio de 2004, as exportações somaram US$ 33,724 bilhões (+21%) e o superávit, US$ 28,917 bilhões (+24%).
As exportações do complexo carnes continuaram a crescer significativamente em maio, chegando a US$ 477,9 milhões no mês e a US$ 1,98 bilhão (+55,4%) em 2004. “Houve um aumento de 41,4% no volume embarcado em função da elevação de 20% a 30% nos preços dos mais importantes produtos da cadeia”, Linneu Costa Lima, secretário de Produção e Comercialização do MAPA.
Segundo ele, é importante destacar o crescimento das exportações de carne bovina in natura (+129,7%); frango in natura (+93,4%); bovina industrializada (+14,54%); peru (+46,47%); e suíno (+30,68%). “O desempenho reflete as mudanças nos fluxos de comércio por causa dos focos do mal da “vaca louca” no Canadá e nos Estados Unidos, em 2003, e da “gripe do frango” na Ásia, EUA e Canadá. “Com um maior controle sobre a febre aftosa, e sem a “vaca louca” por aqui, o Brasil se beneficiou das restrições impostas aos EUA e ao Canadá pelos principais países importadores”, resume Linneu.