Da Redação 06/07/2004 – 06h17 – A agroindústria catarinense espera recuperar nesse mês o que foi deixado de exportar para a Argentina e a Rússia nos últimos 15 dias devido ao embargo desses países após o anúncio de foco de febre aftosa no Pará. A previsão do setor é que as 1,06 mil toneladas de suínos e aves que deixaram de ser embarcadas por dia para a Rússia nesse período sejam ainda escoadas para que se recupere o dinheiro que deixou de entrar. Para a Argentina, ficaram represadas 183,3 toneladas por dia das mesmas carnes.
De acordo com o Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Icepa), o volume atinge cerca de US$ 1,5 milhão por dia.
A Coopecentral Aurora, de Chapecó, deve iniciar nos próximos dias o envio das 70 toneladas que deixou de embarcar para o país vizinho durante o embargo argentino. O presidente da empresa e da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina, José Zeferino Pedrozo, avaliou como pouco diplomática a postura da Argentina, pois o país é parceiro no Mercosul.
A notícia do fim das restrições às exportações veio como alívio para o setor avícola. O presidente do Sindicato dos Criadores de Aves de Santa Catarina, Eldir Tauffer, destacou que o risco seria maior se a suspensão chegasse a dois meses. “Teríamos prejuízo porque o preço da carne bovina e suína iria cair e nós teríamos que acompanhar essa redução para disputar o mercado”, explicou. Tauffer avaliou que o embargo não chegou a ser sentido sentido pelo setor. A produção e o abastecimento para a indústria não foi reduzida, revelou o dirigente.
Os suinocultores foram os quem mais perceberam o efeito da paralisação das exportações. O preço do quilo para o integrado deixou de subir semanalmente, como estava ocorrendo antes do embargo. O valor ficou estagnado em R$ 1,98 o quilo sem a tipificação da carcaça. “Poderíamos estar ganhando entre R$ 2 a R$ 2,10. Mas acho que agora vamos recuperar essas perdas”, disse o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, Wolmir de Souza.