Redação AI 26/07/2004 – 05h00 – O aumento das exportações de carne de frango está animando os criadores. Conheça a situação em dois Estados, começando por Mato Grosso.
Com abates diários de cem mil frangos, um frigorífico de Tangará da Serra fechou um acordo de experiência com empresários japoneses para exportar 51 toneladas de partes nobres do frango. O desafio agora é implementar as exportações para o maior mercado consumidor do mundo, o chinês.
“Nós temos um custo muito menor do que o custo da Europa e dos americanos. Então, isso vai nos tornar mais competitivos” disse Aléssio di Domenico, diretor do frigorífico.
A exportação da carne de frango pode ser uma boa notícia para quem mantém um aviário e quer expandir o negócio.
O criador Romer Yamashita manda para o abate cerca de 26 mil frangos a cada 45 dias. Com a melhora na exportação, ele espera também colher resultados positivos.
“Nós ficávamos aqui até 25 dias de um lote para o outro. Agora, com essa tendência de mercado, dessa vez gastamos três dias para lojar. Se está lojando rápido é porque o mercado está pedindo” concluiu Yamashita.
Um plantel de 38 mil aves. Esse o negócio que Júlio Fator administra em Itapetininga, São Paulo. Para atender à demanda dos frigoríficos foi preciso investir em equipamentos e aumentar o número de aves dentro dos galpões. Antes eram criados dez pintinhos por metro quadrado. Hoje já são 14. A granja foi modernizada. Havia um ano era o produtor que alimentava as aves. Hoje é tudo automático.
“Eu devo ter investido aproximadamente de R$ 230 mil a R$ 250 mil para adequar-me a esse tipo de mercado” calculou seu Júlio.
Esse investimento já está tendo retorno. A criação de seu Júlio é integrada. Aumentou o preço que ele está recebendo por ave.
“No ano passado, para se ter uma idéia, eu ganhava aproximadamente de R$ 0,15 a R$ 0,16 por ave. Esse ano, estou ganhando na faixa de R$ 0,28 a R$ 0,30 por ave” comparou.
O seu Júlio entrega a produção para um frigorífico de Sorocaba. A indústria recebe 200 mil aves por dia. O lucro maior agora vem das exportações.
“No ano passado exportávamos em torno de 30% do nosso total de produção. Em julho desse ano estamos exportando em torno de 55% a 60% da nossa capacidade de produção” falou Maria Fernanda Bergamini, engenheira de alimentos.
Para cada cliente há um corte especial. Os africanos preferem a coxa e a sobre-coxa. Os canadenses, o peito. Japão e China são grandes consumidores de asa. Como os orientais não desperdiçam nada, até a cartilagem vai para a mesa.
O Brasil exporta cerca de 25% de todo o frango que produz.