Da Redação 30/09/2004 – Entre janeiro e agosto o faturamento das exportações de carne bovina já ultrapassou o total de todo o ano passado, gerando mais de US$ 1,5 bilhão. Foram vendidas ao exterior 1.147 milhão de toneladas.
Só no mês de agosto as exportações representaram US$ 243 milhões. O mercado russo foi o principal importador. Comprou US$ 33 milhões em carne de boi.
A Confederação Nacional da Agricultura acredita que o setor tem fôlego para suportar mais dois meses de embargo sem sofrer prejuízo. Isso porque a Rússia permitiu o embarque da carne processada e já estocada para a exportação.
A CNA afirma que a restrição russa não tem motivo sanitário já que não há risco de contagio para o rebanho voltado para a exportação. Se o embargo for mantido até depois de novembro, o prejuízo deve chegar a um milhão de dólares por dia.
Mas a confederação acredita que haja novidade depois de 11 de outubro, quando a Rússia faz um leilão para comprar carne de outros países fornecedores.
A intenção dos russos, acredita a confederação, é forçar a queda da tonelada brasileira, que hoje custa US$ 1,5 mil, preço que já estaria abaixo da média internacional.
“O leilão que eles abriram foi justamente para que eles pudessem ter um tempo para dar essa resposta ao Brasil e medir os preços internacionais que estão cobrando porque não é apenas carne bovina. É também carne suína e de frango. Então, eu acredito que a partir desse leilão a gente terá, logicamente, algumas resoluções mais rápido do que a gente pensa” , disse o Antenor Nogueira, presidente da Pecuária de Corte da CNA.
A CNA estima que este ano as exportações de carne ultrapassarão a marca de 1,6 milhão de toneladas e um faturamento de dois bilhões de dólares.