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Inspiração na Europa

Suinocultores brasileiros visitam continente europeu em busca de idéias para agregar valor à carne suína.

Visita Bianchi & Ugolotti – uma entre as mais de 200 empresas produtoras do presunto tipo Parma na cidade de Langhirano

Redação SI 06/12/2004 – Em novembro, a Agroceres PIC e a Agroceres Nutrição Animal organizaram mais uma Visita Técnica Internacional. Desta vez, atendeu ao objetivo de conhecer a cadeia de valor da carne suína em países como Itália, Alemanha, Holanda e
Espanha;notadamente grandes consumidores do produto tanto na forma in natura quanto processada.

“O Brasil possui excelentes índices de eficiência produtiva nas suas granjas tecnificadas, mas apresenta um enorme espaço para melhorias na coordenação e organização da cadeia de produção, especialmente no que diz respeito a alternativas de agregar maior valor à carne suína do ponto de vista do processamento”, disse Alexandre Rosa, gerente de Mercado da Agroceres PIC.

Vista interna da produção do presunto Parma, que são maturados durante 12 meses

O grupo de 25 participantes – entre eles suinocultores, proprietários de frigoríficos, diretores e presidentes de importantes cooperativas do País, dirigentes de associações de criadores, técnicos de agroindústrias e ainda quatro componentes da equipe das empresas Agroceres – passou 11 dias de incursão na suinocultura européia.

A principal diferença que se nota é o grande consumo da carne suína. Na Europa, a carne suína faz parte do cardápio do dia-a-dia. Para se ter idéia, na Dinamarca o consumo per capita de carne suína é de 76 kg por ano; na Espanha, 65 kg; Alemanha, 58 kg; Holanda, 44 kg e Itália, 40 kg.

Também foi possível identificar boas oportunidades para a carne suína brasileira. O custo de produção no Brasil é muito inferior: a carne suína é produzida aqui por US$ 0,70 (1kg de peso vivo), na Holanda o custo é de U$ 1,35. Além disso, no Brasil temos 10 cabeças por km2, na Holanda são 400 cabeças de suínos por km2 – 400 vezes mais.

Produtos Processados

Grupo visita o estande da PIC na Eurotier, em Hanover, na Alemanha

Além do aspecto cultural, o grande consumo de carne suína está relacionado com a variedade de produtos processados. Na Itália, por exemplo, destaque para os salames, mortadelas e, especialmente, para o presunto tipo Parma.

Produzido no norte da Itália, na região de Parma, o presunto tipo Parma é responsável por 70% da carne suína produzida na Itália e por 540 mil matrizes alojadas. Em 2003, a Itália produziu 1.588.600 toneladas de carne suína e importou mais 803.300 toneladas para atender a demanda interna.

O produto é tão importante para o País, que a sua produção possui uma legislação nacional e só é produzido por um consórcio de empresas, que tem o direito de uso da marca e do selo de qualidade.

O grupo visitou uma das processadoras de presunto Parma, a Bianchi & Ugolotti, entre as mais de 200 que existem só na cidade de Langhirano. E o processo de produção é rigoroso. Para produzir o presunto Parma o animal deve ser abatido entre 160kg e 170 kg, com idade mínima de 9 meses, para render um pernil grande com uma capa de gordura em torno de 28 a 30 mm. A carne passa por vários processos, controles de qualidade e por um período de maturação de 12 meses.

A viagem terminou com um Seminário promovido pela PIC Europa, em Hanover, na Alemanha, e uma visita à Exposição Internacional EuroTier, também em Hanover, que reúne todas as novidades mundiais tanto para a suinocultura, como para a avicultura, bovinocultura e piscicultura.