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A lingüiça do poder

Marca favorita de Lula sai de São Bernardo (SP), eleva a produção e invade Brasília.

Redação SI 08/12/2004 – “De Paraibuna para o Planalto, a lingüiça que deixa o presidente com água na boca”. Com essa propaganda certeira, que não deixa dúvidas quanto ao nome do seu principal consumidor, Luiz Inácio Lula da Silva, a Demarchi, uma pequena

fábrica de lingüiças do Vale do Paraíba (SP), está protagonizando um verdadeiro espetáculo do crescimento. No final de 2002, fazia 4 toneladas do produto por mês, distribuídos para restaurantes de sua região. Desde que começou o governo Lula, a Demarchi vem aumentando a produção em 13% ao mês.

Hoje produz 12 toneladas em média, 300% de crescimento em 22 meses – mas ensaia nova explosão ainda maior de vendas. Na semana passada, a Lingüiça Lulinha, como foi batizada, deixou a periferia e chegou ao centro do poder.

Passou a ser vendida, de uma só vez, em sete bares e restaurantes da Capital Federal, como o Feitiço Mineiro, onde o PT faz suas reuniões, ou no Armazém do Ferreira, freqüentado por José Dirceu e Antônio Palocci. “Agora vamos aumentar nossa produção para 24 toneladas mensais”, festeja Marcelo Demarchi, sócio da indústria. A história da expansão da Demarchi guarda lições de oportunidade e de marketing de relacionamento. Tudo começou no restaurante São Judas, em São Bernardo do Campo/SP, onde os diretores do
Sindicato dos Metalúrgicos costumavam fazer suas reuniões desde os anos 70. Lula virou um bom amigo do dono do estabelecimento, Laerte Demarchi. Em 1996, os filhos de Laerte, Marcelo e Ronaldo, resolveram fabricar lingüiças em Paraibuna.

Lula manteve-se um freguês fiel durante todo esse tempo. “Ele é o melhor garoto-propaganda do Brasil”, diz Marcelo. “O melhor é que pagamos o cachê em lingüiça.” Os Demarchi não revelam o faturamento, mas levando-se em conta o preço mínimo que cobram no quilo do produto, eles vendem, por baixo, R$ 720 mil por ano – só em lingüiça.