As vendas de produtos suinícolas tiveram um desempenho fraco em abril, resultando em pressão nos preços do animal vivo e da carne suína em diversas regiões do Brasil, de acordo com o boletim do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A oferta abundante e a menor procura da indústria contribuíram para a desvalorização do suíno vivo em praças como a região SP-5 e a Grande Belo Horizonte. Além disso, as exportações brasileiras de carne suína recuaram em relação a março, embora tenham registrado o segundo melhor desempenho de 2023 e um crescimento significativo em relação ao ano passado.
Mercado Interno
No mercado interno, o suíno vivo sofreu uma desvalorização de 9,9% entre março e abril na região SP-5, sendo negociado a uma média de R$ 6,59/kg. Essa queda foi motivada pela menor procura da indústria por lotes de animais, que resultou em baixa liquidez nas vendas da carne suína. Já nas praças mineiras, os preços registraram quedas ainda mais expressivas, com recuo de 14,1% na Grande Belo Horizonte em relação a março.
Na região Sul do país, a pressão sobre os valores do suíno vivo foi menos intensa. O Sudoeste Paranaense registrou uma desvalorização de 7,2% entre março e abril, enquanto em Santa Rosa (RS) o preço caiu 6,6%. Em Braço do Norte (SC), o valor do animal teve uma retração de 8,1%.
No mercado atacadista de carne suína, a carcaça especial foi comercializada a uma média de R$ 9,74/kg em abril, representando uma desvalorização de 8,1% em relação a março. Com a baixa liquidez das vendas, os frigoríficos adotaram a estratégia de reajustar negativamente os valores dos produtos suinícolas para evitar o aumento dos estoques.
Exportações
Em relação às exportações, o volume embarcado de carne suína no último mês foi o segundo melhor desempenho de 2023, representando um recorde para o mês de abril. De acordo com dados da Secex, em abril, 103,4 mil toneladas de carne suína foram embarcadas pelo Brasil, volume 2,3% inferior ao de março devido ao menor número de dias úteis no mês, mas 17% acima do registrado em abril de 2022. Em termos financeiros, a receita arrecadada com as exportações de carne suína somou R$ 1,25 bilhão em abril deste ano, 2,6% abaixo da de março, mas 37,9% superior à de abril/22.
A China, principal parceiro do Brasil, diminuiu as aquisições em 7,6% em relação ao mês anterior, sendo destino de 33,6 mil toneladas em abril, segundo dados da Secex. Já a Angola intensificou as compras no último mês, com aumento de 81,8% em relação a março. O México, por sua vez, ampliou a abertura do mercado para a carne suína brasileira, elevando as compras da proteína brasileira em mais de oito vezes em abril.