Redação AI 28/01/2003 – A unidade da Chapecó, em Cascavel, estará concedendo férias coletivas a seus 600 funcionários entre os dias 27 de fevereiro e 3 de abril, período em que não haverá abate de frangos. Desde a última semana, foram suspensos os alojamentos de pintinhos nos aviários. A direção da empresa no município garante tratar-se de uma medida provisória e nega a possibilidade de fechamento da unidade.
A principal justificativa para a paralisação temporária das atividades é a ampliação do mercado da empresa, que pretende exportar seus produtos para o Mercado Comum Europeu. Além de continuar com seus produtos no Brasil e Oriente Médio, a Chapecó busca abrir mercado em países como Alemanha, Inglaterra e França. Para isso, a unidade de Cascavel passará por um processo de modernização para atender as exigências do mercado internacional.
A unidade de Cascavel abate cerca de 170 mil aves por dia, das quais 80% são exportados. A direção da empresa garante que o estoque existente é suficiente para manter o abastecimento durante o período de férias de seus funcionários.
O presidente da Associação Regional dos Avicultores do Oeste e Sudoeste do Paraná (Avios), Jaime Cericatto, disse que a notícia deixou os 422 produtores ligados à empresa ””apavorados””. Segundo ele, todos temem que a empresa volte a encerrar as atividades, como ocorreu em 1997. Naquela oportunidade, os produtores chegaram a ficar um ano acampados em frente à unidade na esperança de receber suas dívidas. ””Alguns ainda possuem dívidas originadas naquela época””, observa.
Cericatto acrescenta que cada produtor terá um prejuízo de cerca de R$ 2 mil nos 40 dias em que a empresa deixará de operar. Ele acredita que 90% dos integrados sobrevivam exclusivamente do aviário. ””Não nos resta outra alternativa a não ser acreditar que os trabalhos serão retomados como nos disseram””, declarou.