Da Redação 10/09/2003 – O terminal aquaviário que a Cargill vai inaugurar na próxima segunda-feira (14) na confluência dos rios Tapajós e Amazonas, no Pará, tem um formato inédito, pactuado com a Companhia Docas do Estado. O contrato de 25 anos, com opção de mais 25, é de risco.
A empresa arrendatária não tem obrigação de garantir volumes anuais de embarques (no caso, soja e outros produtos agrícolas a granel), como é comum nesse tipo de contrato. A contrapartida da Cargill está no investimento de US$ 25 milhões, mais um aluguel de R$ 11 mil mensais pela área ocupada e um adicional por tonelada embarcada. “O risco já está no investimento para um porto que não operava esses produtos”, afirma Kléber Ferreira de Menezes, diretor de infra-estrutura e gestão portuária da Companhia Docas do Pará – cujo processo de estadualização foi interrompido pelo Ministério dos Transportes.
A Cargill aceitou e construiu uma estrutura sobre a água, com ponte de acesso e píer de cerca de 250 metros para receber navios Panamax, de até 60 mil toneladas de capacidade, a mesma dos armazéns recebedores de soja em terra. Pelo píer poderão ser embarcadas por ano 800 mil toneladas de grãos – 300 mil já em 2003, chegando a 400 mil em 2004.