Redação AI 11/04/2003 – As empresas exportadoras de carne de frango, que nos últimos cinco anos dobraram sua participação no mercado internacional, querem retomar as vendas para o Iraque depois da guerra. “No processo de reconstrução pós-guerra, está nos nossos planos a retomada das vendas ao Iraque e a expansão das exportações para o Oriente Médio”, afirmou o novo presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Júlio Cardoso.
A forte presença do Brasil como fornecedor para outros países da região, segundo Cardoso, poderá facilitar a retomada das vendas para o Iraque. É difícil hoje estimar o tamanho do mercado iraquiano, mas na década de 80 o país foi o maior comprador de frango inteiro do Brasil. Segundo o diretor-executivo da Abef, Cláudio Martins, o último embarque ocorreu em 1985, com 80 mil toneladas.
As exportações para o Oriente apresentaram crescimento significativo no primeiro trimestre deste ano. Segundo a Abef, foram 160.948 toneladas, 43% a mais do que no primeiro trimestre de 2002. O maior comprador foi a Arábia, com 87.733 toneladas (alta de 41,26%).
Considerando todos os mercados, o crescimento das exportações é ainda mais expressivo. De acordo com os dados da Abef, o volume total exportado de janeiro a março cresceu 50,33% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, chegando a 491.730 toneladas.
Receita – A receita obtida foi de US$ 391,240 milhões, uma elevação de 21,16% em relação aos US$ 322,912 milhões registrados em igual período de 2002. O crescimento menor das receitas se explica pela queda dos preços do produto no mercado mundial, que recuaram 19,40% no primeiro trimestre. Eles ficaram em US$ 796 por tonelada, abaixo dos US$ 987 por tonelada de 2002.
Pelas previsões da Abef, as exportações devem crescer 8% em volume neste ano, ante 1,624 milhão de toneladas em 2002. A receita cambial deve aumentar um pouco mais, entre 10% e 12% em relação ao US$ 1,4 bilhão faturado em 2002, pois se espera uma ligeira recuperação dos preços. Consolidar a posição do País como grande fornecedor no mercado externo é um dos desafios que o setor enfrentará nos próximos dois anos, segundo Cardoso.