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Pós-guerra pode beneficiar Mercosul, diz ministro

Com as posições que se antagonizam às dos Estados Unidos, a União Européia poderá reordenar entendimentos comerciais com o Mercosul para que se dificultem as negociações com a Alca.

Roberto Rodrigues (com o senador Ramez Tebet) acredita que a União Européia pode se tornar mais flexível

Da Redação 25/04/2003 – As negociações comerciais entre a União Européia e os países que compõem o Mercosul Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai poderão ser beneficiadas em conseqüência dos desdobramentos da guerra no Iraque. A previsão foi feita aos integrantes das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS) pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, durante audiência pública conjunta realizada na manhã de 15 de abril.

Consequências
A guerra no Iraque, observou o ministro da Agricultura, produziu diferenças de comportamento entre os países membros da União Européia, com um grupo liderado pela Inglaterra apoiando a coalizão anglo-americana, e o outro, capitaneado pela França, contrário à intervenção armada. Essa divergência, ponderou, deverá levar a um reordenamento do bloco europeu, com posições que se antagonizem às dos Estados Unidos nas negociações internacionais. “Poderá haver uma flexibilização da União Européia nos entendimentos com o Mercosul para que se dificultem as negociações com a Alca”, disse Rodrigues, referindo-se à projetada Área de Livre Comércio das Américas.

O ministro mostrou que essas mudanças na União Européia, que deve incorporar alguns países do Leste Europeu em 2004, podem ser positivas dentro de um cenário de crescente protecionismo internacional. Ele se revelou pessimista em relação aos avanços na próxima rodada da Organização Mundial do Comércio (OMC), agendada para setembro em Cancún (México). Isso porque na reunião prévia, finalizada no dia 31 de março, Japão, Coréia e União Européia rechaçaram o documento que tentava acomodar as posições dos vários participantes, incluindo a do Brasil, que não abre mão de discutir a questão agrícola.