Redação SI 23/05/2003 – O Ministério da Agricultura suspendeu na quarta-feira (21) a emissão de certificado sanitário para exportação de carne suína do Rio Grande do Sul para a Rússia, após a notificação de um foco da doença de Aujeszky no Estado. Com isso, as vendas gaúchas de carne suína ao país estão suspensas, assim como as de Santa Catarina.
Segundo Marcelo Mazzini, da área internacional do Departamento de Inspeção do Ministério, o órgão decidiu pela suspensão porque há uma semana o Departamento de Defesa Animal notificou a Rússia sobre o caso ocorrido em uma granja de Pinheirinho do Vale. O foco foi detectado em janeiro.
O foco de Aujeszky foi descoberto na granja de um criador integrado da Seara no município de Pinheirinho do Vale, a 200 metros do rio Uruguai, na divisa com a cidade catarinense de Itapiranga. Os animais eram originários de Santa Catarina, e a delegacia suspeita que a contaminação ocorreu devido ao trânsito de pessoas dos dois lados da divisa. A Seara diz que fornecedores de outros frigoríficos também registraram casos da doença.
Segundo a delegacia, seis propriedades foram interditadas num raio de sete quilômetros, onde 2.561 animais foram sacrificados. Outros 5.950 animais, incluindo 800 matrizes, foram abatidos em um frigorífico catarinense e a carne foi vendida no mercado local. A delegacia e a secretaria gaúcha também fizeram um levantamento sorológico em 147 propriedades de onze municípios da região e não identificaram novos casos.
A suspensão das exportações para a Rússia pode representar pesadas perdas para os frigoríficos gaúchos, que haviam se beneficiado da paralisação dos embarques de Santa Catarina desde o fim do ano passado. De janeiro a abril, o Rio Grande do Sul exportou 48,8 mil toneladas de carne suína, 356% a mais do que no mesmo período do ano passado. Deste total, 80% foram para os russos, disse Signor.
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