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Distribuição de renda

Se não faltam alimentos, mas dinheiro na mão de quem precisa, o primeiro passo é saber quantas pessoas estão precisando de uma renda digna.

Da Redação 28/05/2003 – Parece fácil, mas há muita controvérsia entre os especialistas sobre a distribuição de renda no Brasil. “Deveria haver um só padrão, reconhecido pelo Estado com base em critérios internacionais, para definir a linha de miséria, de modo que passemos da discussão de quantos são para o que fazer”, defende Marcelo Néri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ocorre, porém, que há vários indicadores:

– A FGV estabelece que é pobre todo aquele que vive com menos de R$ 160,00 por mês e indigente, com metade desse valor.

– O Programa Fome Zero, lançado no início deste ano pelo governo federal, utiliza o mesmo cálculo do Banco Mundial: é indigente a pessoa que ganha até US$ 1,00 por dia.

– Já o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, trabalha com uma cesta básica familiar (cujo valor varia de região para região) com os requerimentos nutricionais sugeridos pelo Fundo para a Alimentação e Agricultura (FAO) da Organização das Nações Unidas. Toda família que recebe menos do que o necessário para comprar a tal cesta é considerada pobre. Em 1993 o instituto montou o Mapa da Fome o mais detalhado estudo estatístico já feito no país sobre a questão e concluiu que perto de 32% dos brasileiros, ou 54 milhões de pessoas, estão abaixo da linha da pobreza. Desse total, 23 milhões são indigentes.

Um trabalho eficiente de redistribuição de renda, porém, é obra política, e de longo prazo. O governo precisa atacar as razões da concentração da renda e não meramente a questão monetária.