Da Redação 03/06/2003 – A Chapecó Alimentos demitiu ontem (2) cerca de 1,8 mil funcionários que trabalhavam nas unidades de Chapecó e Xaxim, no Oeste Catarinense.
A grave crise financeira, aliada à falta de condições para regularizar os passivos trabalhistas, motivaram a dispensa maciça dos empregados. Mais de 60% dos exonerados atuavam na fábrica de Xaxim, que produz apenas carnes de frango.
Conforme o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados de Chapecó (Sintracarnes), Aristides Fidelis, os 1,8 mil funcionários que saíram da empresa estavam de férias há pelo menos 20 dias. Eles sabiam que o retorno às atividades normais era pouco provável. Isso por que a diretoria do frigorífico, comandada pelo grupo argentino Macri, que detém maior parte das ações, vem negociando a venda para o francês Dreyfus. Este grupo foi o vencedor entre sete propostas de compra e o valor chegou a R$ 175 milhões.
Contudo, o grupo interessado na compra, disse Fidelis, condicionou a apresentação da proposta de aquisição à regularização dos passivos trabalhistas calculados entre R$ 7 milhões e R$ 8 milhões. “Não havia outro jeito senão demitir”, disse. Para compensar eventuais perdas, o Sintracarnes estabeleceu algumas exigências para aceitar a decisão.
Dispensados devem ser recontratados
Uma delas é a garantia de que os funcionários dispensados poderão ser recontratados pela nova diretoria assim que houver o ajuste. “É o mesmo que uma demissão temporária”, adiantou. Entretanto, enquanto o impasse continuar, ficou acertado que os empregados exonerados poderão sacar imediatamente os recursos do FGTS) encaminhar o Seguro-Desemprego e receber indenização não-inferior ao último salário pago. “A situação é caótica há um ano”, resumiu o sindicalista.