Redação SI 09/06/2003 – As dívidas dos suinocultores serão analisadas por técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), conforme informou o ministro Roberto Rodrigues ao presidente da Comissão da Suinocultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Ademar da Silva Júnior. Além dessa reivindicação, encaminhada através de um manifesto na audiência pública sobre o setor que aconteceu na terça-feira (3), a inserção da carne suína na merenda escolar, nas cestas, nas refeições do Exército e no Programa Fome Zero também será estudada pelo Mapa.
Conforme o diretor-secretário e presidente da Comissão de Suinocultura da Famasul, a situação do setor é tão alarmante que em 15 dias muitos suinocultores podem quebrar. “Esse problema não é só nos Estados do Sul, o município de São Gabriel do Oeste pode perder muito também”, comentou, informando que, para cada matriz, são criados um emprego direto e outros 40 indiretos.
A assessora de economia da entidade, Adriana Mascarenhas Braga, informou que os produtores sul-matogrossense estão trabalhando no prejuízo há 18 meses.
Segundo os dados de uma empresa do Estado, entre abril e outubro do ano passado, o prejuízo médio por suíno era de R$ 38,51, chegando em outubro do mesmo ano a R$ 45,05. “Uma empresa no Estado pode abater até 1.100 animais por dia”, explica.
Mesmo com a diminuição do déficit, a economista explica que, em maio deste ano, os empresários acumularam o reajuste salarial dos funcionários.
“As indústrias que estocaram milho ainda estão tendo prejuízos, comentou Adriana, informando que o valor chegou a R$ 20,00 a saca. A assessora diz que os suinocultores podem voltar a ganhar com a redução do preço da saca, que em alguns lugares do Estado já vale R$ 12,00, mas que é preciso analisar o que pode acontecer nas próximas safras. “Os suinocultores não podem esquecer do que aconteceu há dois anos, quando em um ano a saca estava cotada a até R$ 7,00, devido ao excesso de produção, e no próximo ano, quando não tinha milho no mercado e os preços voltaram a subir novamente”, disse.
Preço mínimo
Outra proposta que será analisada pelo Ministério da Agricultura é a possibilidade da criação de um preço de referência para o milho como foi feito com o leite. Seria o modelo da Conseleite, um programa do Paraná que estuda um preço de referência para o litro de leite, que neste caso seria aplicado na suinocultura.