Redação AI 11/06/2003 – Dos cerca de 1,1 mil avicultores da Chapecó Alimentos, 400 são do município de Xaxim. Cada um tem cerca de três lotes para receber, no valor de R$ 6 mil. Mas alguns estão em situação mais delicada. É o caso dos produtores de matrizes, que produziam os ovos para incubação dos pintinhos que seriam distribuídos no campo.
Em cinco aviários, Olimpio Piazza tinha 30 mil matrizes de aves que produziam 5 milhões de ovos a cada 15,4 meses. Ele tinha 10 empregados e investiu R$ 257 mil em casas para empregados, equipamentos e melhorias para os aviários. Atualmente, está com os cinco aviários vazios, equipamentos ociosos e teve que demitir os 10 empregados.
Sobraram dívidas bancárias no valor de R$ 55 mil e tem para receber R$ 24 mil da Chapecó Alimentos e R$ 36 mil da Globoaves, que ficou com a matrizes. O dinheiro da Globoaves está recebendo de forma parcelada. Já para os lotes da Chapecó, ainda não tem previsão.
Esperança é a compra pela Dreyfus
O pior é que somente para a manutenção da granja, com aluguéis, luz, água e outras despesa, gasta R$ 8 mil por mês. Com a despesa da família e a filha na universidade, o custo mensal sobe para R$ 10 mil.
Para se manter, Piazza recorreu a empréstimo de amigos e parentes. O avicultor espera que a Dreyfus efetive a compra da empresa o quanto antes, para voltar a produzir e ter uma fonte de renda. “Tudo o que eu consegui juntar em 53 anos investi na avicultura”, desabafou Piazza.
Ele disse que o pior ainda é a indefinição. Por enquanto ele está resistindo, mas se demorar muito vai ter que se desfazer de equipamentos, por preços irrisórios.
O Sindicato dos Criadores de Aves de Santa Catarina (Sincravesc), está batalhando desde o início da crise para que os integrados recebam os lotes atrasados e um valor compensatório pelo tempo parado.