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Coinbra dá mais prazo à Chapecó

A proposta feita pela Coinbra venceria ontem (31), mas a Chapecó pediu um prazo maior para poder continuar renegociando as dívidas com credores e fornecedores.

Da Redação 01/09/2003 – A Chapecó Alimentos pediu à Coinbra um prazo de mais 15 dias para colocar as finanças do frigorífico em ordem. A empresa controlada pelo grupo francês Louis Dreyfus, que em junho apresentou proposta de compra do frigorífico, aceitou. A proposta feita pela Coinbra venceria ontem (31), mas a Chapecó pediu um prazo maior para poder continuar renegociando as dívidas com credores e fornecedores. O frigorífico tenta obter deságio na dívidas, estimadas em US$ 190 milhões.

O saneamento dos débitos da Chapecó com credores e fornecedores é a condição da Coinbra para fechar a compra. Como disse em junho ao Valor, o presidente da Chapecó, Celso Schmitz, dia 31 de agosto era o prazo para entregar a empresa “limpa” para a Coinbra e viabilizar a proposta de aquisição. Procurado, dessa vez, Schmitz não retornou as ligações. Agora, a Chapecó, controlada pelo grupo argentino Macri, tem até 15 de setembro para limpar o seu passivo.Desde que o grupo francês anunciou o interesse no frigorífico, em abril, a direção da Chapecó vem renegociando as dívidas com bancos e fornecedores. Segundo fontes do setor, a empresa estaria tendo dificuldades para fechar acordos com alguns fornecedores de insumos. Entre os bancos, o BNDES é o maior credor da Chapecó, além ser acionista, com 30% do capital. O banco também financiou a aquisição do frigorífico pelo grupo Macri em 1999.

De acordo com a Coinbra, não deve haver nova prorrogação do prazo para fechar o negócio. A empresa francesa alega que quanto mais demora para as operações do frigorífico serem reiniciadas, maior o custo. Além disso, há o temor de que o reconhecimento da marca Chapecó seja prejudicado no Exterior se a empresa ficar mais tempo sem exportar seus produtos.

A Coinbra propõe pagar R$ 175 milhões pelas quatro unidades da Chapecó. Atualmente, duas delas – Cascavel (PR) e Chapecó (SC) – estão arrendadas para a Globoaves e Aurora, respectivamente. As outras duas, Xaxim (SC) e Santa Rosa (RS) não estão operando.

A expectativa da Coinbra é que, depois de concretizado o negócio, a Chapecó volte a produzir dentro de 60 dias.