Da Redação 24/09/2003 – O senador Osmar Dias (PDT-PR) afirmou em discurso que a soja transgênica não afeta o meio ambiente, como alegam os defensores da sua proibição no país. Ele ressaltou que a soja transgênica contém um gene que a torna resistente aos herbicidas e, assim, seu plantio faz com que o agricultor reduza em duas vezes a pulverização da lavoura com herbicida.
“É o contrário do que dizem os defensores da proibição da soja transgênica. Com duas pulverizações a menos, sai ganhando o meio ambiente. Também se alega que os transgênicos podem afetar a saúde humana, mas pesquisa mostra que, de 30 produtos colocados à venda em supermercados, 11 contêm transgênicos, até o Nestogeno, utilizado pelas crianças”, informou Osmar.
Osmar Dias acha que o governo deve enviar ao Congresso um projeto amplo sobre transgênicos, e não apenas uma medida provisória que autoriza o plantio de soja transgênica na próxima safra. Ele concorda com a medida provisória, porque não há mais tempo hábil para tratar do assunto em projeto de lei, pois a próxima safra começa a ser plantada no Centro-Sul em outubro.
O senador afirmou que mais da metade dos 72,5 milhões de hectares plantados em soja no mundo já recebem sementes transgênicas. Assim, a solução seria autorizar seu plantio no Brasil, desde que laboratórios qualificados certifiquem com rigor se o produto é convencional ou transgênico. Lembrou que a França, que até agora proibia a importação de soja modificada geneticamente, passou a autorizar sua importação, desde que haja certificação.
“Com a certificação, as cooperativas terão armazéns diferentes para os grãos convencionais e os modificados. O mundo compra soja transgênica, mas quer certificação rigorosa, para ter certeza do que consome – disse.
Osmar Dias condena o fato de que a Assembléia estadual do Paraná está discutindo um projeto de lei proibindo o plantio de soja transgênica no Estado. “Esse é um assunto técnico-científico. Não pode ser tratado de forma política” frisou.