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Medidas de gestão operacional

Palestra fechou a manhã do primeiro dia do Congresso da Abraves.

Redação SI 02/10/2003 – 0h36 (Goiânia/GO) – Em tempos difíceis, a adoção de medidas básicas de gestão operacional é de extrema importância para que as empresas suinícolas possam minimizar os efeitos em períodos de crise. Partindo desse pressuposto, o médico veterinário Mário Faccin, da Master Agropecuária, falou para um auditório lotado no primeiro dia do Congresso da Abraves. Durante sua apresentação, Faccin abordou três pontos básicos: os fatores que fizerem com que o setor vivesse sua pior crise, a importância do trabalho preventivo frente ao trabalho corretivo e o que fazer para  se evitar problemas futuros dentro da atividade.

De acordo com Faccin, o setor suinícola brasileiro pecou ao não prestar a devida atenção nos sinais emitidos pelo mercado no período que antecedeu a crise. Segundo ele, a desaceleração da economia mundial, a crise energética no País, o aumento dos principais insumos, como o milho e a soja, e mais recentemente, o momento de transição política (que sempre traz reflexos para a área econômica) vivido pelo Brasil, entre outros fatores, se analisados cuidadosamente poderiam ter evitado a crise que se instalou na suinocultura brasileira.

“O aprendizado que podemos tirar disso é que devemos sempre fazer uma leitura constante dos sinais do mercado”, disse Faccin. Segundo ele, a análise minuciosa de fatores como o comportamento da economia interna e externa, a relação entre oferta e demanda de matérias primas e carnes, por exemplo, são fundamentais para o processo de tomada de decisão de uma empresa suinícola.

O médico veterinário enfatizou em sua apresentação a importância da tomada eficaz de medidas nas duas fases de qualquer atividade: a pré-operacional e operacional. Na fase pré-operacional,ou seja, de viabilidade, elaboração e implantação do projeto, Faccin destacou, entre outras medidas, a necessidade de dimensionamento e desenho do projeto, adequação à estrutura de gestão, ao mercado, às leis trabalhistas, tributárias, fiscais e tributárias, o estudo do momento adequado para o início da atividade, a análise profunda de seus riscos e oportunidade etc. Já na fase operacional, Faccin ressaltou a importância de concentrar os esforços na questão dos custos do “negócio suíno”, para depois buscar o melhor preço de venda. “Para direcionar o foco em cima de ações de maior retorno , precisamos abrir nossa planilha de custos e, então, buscar melhorias que resultem em redução de custos”.

Segundo Faccin, as medidas que mais contribuem para a redução dos custos na suinocultura estão diretamente vinculadas à eficiência alimentar dos animais e à relação dos quilos vendidos por fêmea por ano. “Os quilos vendidos por fêmea/ano dependem do número de partos por fêmea/ano, do número de nascidos por fêmea/ano, da mortalidade geral e peso de abate”, explicou. “Já o consumo de rações representa 80% dos custos de produção na suinocultura”.

No final de sua palestra, Faccin analisou os fatores que influenciam a variação de nascimento de leitões por fêmea/ano em países como o Canadá, Reino Unido e EUA e falou sobre a influência da conversão alimentar no custo de suínos terminados.