Redação AI 10/11/2003 – 04h50 – As exportações mineiras de frango em 2003 deverão alcançar 50 mil toneladas, conforme projeções do departamento técnico da Federação da Agricultura e Pecuário do Estado de Minas Gerais (Faemg). As estatísticas baseiam-se nas exportação já efetivadas de janeiro a setembro deste ano, quando o estado embarcou 37,2 mil toneladas.
Apesar do bom desempenho, as vendas ao exterior em 2003 ficarão abaixo do volume exportado no ano passado, da ordem de 76 mil toneladas. Os principais mercados são a Rússia, China, Japão, Caribe, Argentina e Angola.
Ricardo Cotta Ferreira, economista da Faemg, estima que as exportações de carne frango de Minas Gerais em 2003 alcancem US$ 40 milhões. Esse resultado é menor que o registrado em 2002, da ordem de US$ 58,7 milhões, e melhor que o desempenho verificado em 2001, quando o estado apurou US$ 30 milhões. “Entretanto, as exportações mineiras de carne de frango de Minas Gerais representam apenas 1,95% do total nacional. Muito abaixo do potencial do estado”, salienta Ferreira.
Neste ano, a Pif Paf Alimentos, deverá exportar quatro mil toneladas de carne de frango, informa Mário Okumura, responsável pelas exportações da empresa. Esse volume, segundo ele, corresponde a 8,9% das 45 milhões de aves que serão abatidas pelo frigorífico até o final do ano, na unidade instalada no município de Visconde do Rio Branco, Zona da Mata.
Segundo Okumura, as exportações de frango da Pif Paf representam negócios da ordem de US$ 2,8 milhões, montante equivalente a 31,11% dos US$ 9 milhões que a empresa estima faturar em 2003 com as vendas ao exterior. Okumura também é responsável pelas exportações da Nogueira Rivelli, localizada em Barbacena. Segundo ele, em 2003 a indústria vai faturar algo em trono de US$ 550 mil, resultado de 750 toneladas de frango vendidas no exterior.
Na avaliação de empresários do segmento, a participação de Minas Gerais nas exportações podem aumentar projeções porque o estado foi considerado área livre da Doença de Newcastle. Para manter essa condição, os empresários terão o apoio da Câmara Técnica de Avicultura do Conselho Estadual de Política Agrícola (Ceapa), instalada em setembro deste ano.
Para a superintendente da Avimig, médica veterinária Marília Martha Ferreira, a câmara vai começar a trabalhar em um momento importante para a avicultura. Com a inclusão de Minas no grupo dos estados livres da Newcastle, as avícolas buscarão condições de disputar o mercado externo, o que pressupõe o ajuste da produção para atender aos volumes exigidos pelo mercado e às normas de exportação.
“Essas questões, entre outras, deverão ser discutidas no âmbito da Câmara Técnica pelos participantes dos segmentos da cadeia produtiva do frango entre si e com os representantes dos órgãos do governo.”
A certificação de sanidade abrange, além de Minas, os seguintes Estados: São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Derrubada essa barreira, a receita com as vendas externas de frango poderá ser ampliada em cerca de US$ 200 milhões, volume calculado com base nas projeções de exportações para Estados Unidos, Canadá e Ásia que exigem o certificado de erradicação.
O Brasil terá condições de buscar a liderança nas exportações de frango, pois atualmente perde apenas para os Estados Unidos. No ano passado, as exportações brasileiras de frango somaram cerca de US$ 1,5 bilhão e, no primeiro semestre deste ano, US$ 918 milhões.
De acordo com levantamento da Avimig, referente ao período 2001/2002, o plantel de frangos no Estado é composto de 246.729.816 aves e o abate inspecionado pelo Ministério da Agricultura soma 205.631.274 cabeças. A entidade recomenda, às empresas avícolas interessadas em entrar competitivamente no mercado internacional, uma ampla reestruturação administrativa. Além disso, a própria Avimig deverá ajudar os empresários a buscar o apoio governamental para concretizarem este programa.
Conforme o Cenário da Avicultura Mineira, elaborado pela Avimig, os itens mais importantes para o desenvolvimento das exportações de frango em Minas são os seguintes: elaboração de um programa de financiamento a avicultura via instituições financeiras oficiais e privadas com aporte financeiro suficiente para atender à demanda de: ampliação da indústria de abate; aquisição de novos equipamentos e máquinas; modernização da produção rural e industrial; custeio para produção animal; aquisição de veículos; melhoramento de redes de água, esgoto, telefonia, energia etc.