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Paranaguá proíbe Cargill de exportar

Empresa terá que remover soja transgênica de seus armazéns no porto.

Da Redação 18/11/2003 – 06h00 – O Porto de Paranaguá (PR), maior canal de exportações da soja brasileira, proibiu a multinacional norte-americana Cargill de exportar grãos até que ela limpe seus armazéns contendo soja transgênica, informou comunicado da autoridade portuária.

A Cargill deveria ter transferido um lote de soja geneticamente modificada que estava em seus silos periféricos (no próprio porto) para os armazéns centrais da autoridade portuária até 15 de novembro. Como a empresa não cumpriu a ordem, o porto decidiu restringir movimentações de carga da empresa.

No mês passado, o governo do Paraná decidiu proibir o plantio, a venda e o transporte de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) dentro de seu território.

Desde então, a autoridade portuária fez uma inspeção nos armazéns, e detectou 64 mil toneladas de soja transgênica armazenada. Os cerca de 30 operadores portuários assinaram documento se comprometendo a transferir o produto para o armazéns central do porto e embarcar o produto em 24 e 25 de novembro.

“De todos os signatários, a Cargill foi a única a não respeitar o acordo…Estou surpreso com a postura da multinacional, que tentou passar por cima da legislação estadual”, afirma Eduardo Requião, superintendente do porto.

A Cargill transferiu apenas 5,9 mil das 16,6 mil toneladas de soja que tinha em seu silo entre os dias 1 e 15 de novembro. Agora, a empresa não poderá embarcar a soja transgênica remanescente, e terá que obter permissão por escrito do governador, Roberto Requião, para transportar a soja para fora do estado. Procurados, representantes da Cargill não foram encontrados para comentar o assunto.

Na bolsa de Chicago, mais uma vez os contratos do óleo atingiram o recorde de preços do ano. Os contratos para janeiro subiram 1,7% e foram negociados a 27,35 centavos de dólar a libra-peso.

O mercado continua sob o impacto do relatório da Nopa (associação da indústria esmagadora nos EUA), na sexta-feira, informando da queda dos estoques de óleo nos Estados Unidos.

Isso acabou contaminando os futuros dos grãos, que subiram 0,3% e foram negociados a 775 centavos de dólar o bushel para março. O farelo, para janeiro, caiu 0,7%, cotado a US$ 239,30 a tonelada curta.