Da Redação 08/12/2003 – 09h15 – Em 2001, quando o município de Itajaí (SC) transferiu a operação de seu porto para a empresa Teconvi, a média dia anual de contêineres despachados era de 90 mil. Em 2003, esse número deve saltar para 250 mil, um acréscimo anual da ordem de 35%.
As exportações, respondem por cerca de 80% do movimento do Porto de Itajaí. Carnes são o principal produto (80%), seguidas das frutas (17%), pescados e outros itens. A privatização trouxe investimentos, atraindo exportadores, especialmente produtores de carne e suínos do Sul, que deixaram Santos (SP) e Paranaguá (PR) em razão do alto custo das operações. Outra vantagem oferecida por Itajaí é a facilidade de trâmites legais para as operações de exportação. “Desde sua privatização, há dois anos, Itajaí vem recebendo um volume crescente de cargas da empresa”, diz Wlademir Paravisi, diretor de supply chain.
Hoje, o maior cliente do Porto para as exportações é a Perdigão. Este ano a empresa deverá embarcar 316 mil toneladas de produtos, contra 250 mil em 2002.
Ampliação
O Porto de Itajaí já emprega cerca de 80 funcionários e deverá, em breve, ganhar mais dez. No entanto, para se consolidar após esse rápido crescimento, o Porto precisa de novos avanços. Paravisi, que nos últimos meses visitou inúmeros portos europeus e asiáticos, lembra que a oferta de serviços é menor do que a demanda. “Esse excesso de procura está obrigando os exportadores a ocupar espaço em retroáreas – terminais particulares fora do porto -, à espera do embarque, o que acaba pesando na cadeia de custos. Se essa situação persistir, a conseqüência pode ser a migração para outros portos que ofereçam melhores condições. A solução, para os exportadores, é a ampliação do Porto e, até lá, a adoção de medidas de incentivo para o uso das retroáreas”.
Mas os responsáveis pelo porto garantem que estão sendo tomadas providências. “A partir do próximo ano, o cais será ampliado em 250 metros e ganhará novos equipamentos. Com isso, Itajaí será o segundo porto do Brasil em volume do carga, passando à frente de Rio Grande,no Rio Grande do Sul”, diz o superintendente Enio Osmar Casemiro.
Itajaí já possui a maior área de armazenagem de contêineres da América Latina, com 15 mil metros quadrados de área coberta e 38 mil de área descoberta, afirma Leônidas Gomes Ferreira, gerente de negócios do porto. Segundo Ferreira, a globalização exige decisões rápidas, caminhos mais curtos e seguros e prazos de entrega cada vez menores para reduzir custos e ganhar competitividade. “Estamos trabalhando para atender cada vez melhor nossos clientes”.
Avanços com a privatização Construído no início do século 20, o porto de Itajaí teve seu forte, durante muito tempo, com a madeira. Com o declínio dessa atividade, a partir dos anos 50, Itajaí passou a viver em função da pesca. Foi isso o que levou à construção de um armazém frigorífico, inaugurado em 1956. |