Redação AI 15/12/2003 – 05h40 – Ao contrário dos anos anteriores, em que a venda de carne de frango atinge o pico no mês de dezembro, avicultores e indústrias vêm enfrentando problemas para comercializar a produção. De acordo com Benedito Felisbino de Souza, presidente da Bolsa de Frango da Associação Goiana de Avicultura, as indústrias estão literalmente “carregando estoques”, isto é, não conseguem desovar produtos. Mesmo assim, a produção segue em ritmo normal, porque o alojamento de pintinhos obedece a um planejamento anual e não há como reduzir a engorda de uma hora para outra.
Segundo Benedito de Souza, desde o fim de outubro as vendas estão em queda, fato que ele atribui ao baixo poder aquisitivo da população, ainda que a carne de frango seja a alternativa protéica mais barata que existe. Até meados de outubro, os produtores vinham recebendo média de R$ 2,40 pelo quilo do frango abatido no atacado. Agora, a cotação média é de R$ 2,00. Conforme o dirigente da AGA, esse valor não está cobrindo os custos de produção, uma vez que o preço ideal seria mesmo em torno de R$ 2,40 o quilo.
A expectativa dos criadores é que haja melhoria de vendas a partir deste fim de semana, bem como nos próximos dias, com a proximidade do Natal e das festas de fim de ano. Havia expectativa de que os negócios melhorariam já no início de dezembro, mas isso não ocorreu. Goiás é auto-suficiente na produção, só que vende produto para vários Estados (Minas, São Paulo, Distrito Federal e Nordeste), e também compra frango de outros mercados. Conforme Benedito de Souza, quanto ao comportamento do mercado nos próximos meses, ainda é cedo para fazer projeções, porque isso depende de muitos fatores.