Redação SI 16/07/2002 – Criadores de suínos do Rio Grande do Sul estão sem mercado e preço para a produção. A indústria da carne diz que a crise do setor, no Estado, ainda é reflexo dos focos de aftosa no ano passado.
Um produtor de Tuparendi não tem mais espaço na propriedade. São 800 animais que deixaram de ser vendidos no último mês. Ele calcula um prejuízo de R$ 24 mil.
A gente se vê totalmente sem rumo, não se sabe qual é o rumo que se toma. Hoje estamos com o preço em torno de R$ 1,05 e o custo de produção é em torno de R$ 1,25, R$ 1,30. Ou seja, perdemos R$ 20, R$ 25 por animal vendido, lamenta o criador Roque Varella.
Os frigoríficos diminuíram a compra por falta de espaço nos estoques. Por causa da crise, o abate foi reduzido. Segundo dados do sindicato das indústrias de produtos suínos, a principal causa da crise do setor é a febre aftosa, que atingiu o rebanho gaúcho no ano passado. A Argentina, que era um dos mais importantes mercados, continua com as compras suspensas.
A Rússia e Hong Kong absorvem 40% da produção gaúcha de porco. Mas a indústria diz que ainda não recuperou as perdas do período em que a Rússia ficou sem importar a carne. No plano de safra, o Ministério da Agricultura liberou recursos para a estocagem da carne de suíno nos frigoríficos.