Pif Paf
O ano de 2001 proporcionou diversos benefícios ao setor agroindustrial. O aumento da demanda externa e a desvalorização cambial acarretaram o aumento significativo na produção interna das empresas.
Apesar do aumento de 34,9% no faturamento bruto da empresa, a Pif Paf obteve o menor faturamento entre as empresas analisadas, correspondendo apenas a 2% do total. No entanto, esse fato não a impediu de ser considerada a melhor empresa de 2001, segundo os critérios utilizados.
O aumento nas vendas em maior proporção dos gastos gerou um resultado positivo para empresa quatro vezes maior que 2000. Com isto, a Pif Paf obteve o maior giro de ativos, maior rentabilidade de ativos e rentabilidade do Patrimônio Líquido, tendo este último aumentado 401% em relação ao ano anterior. A ascensão da segunda para a primeira posição foi obtida pela melhora de todos os índices, exceto a participação de capital de terceiros, que aumentou em 80%, colocando a empresa em quarto lugar neste quesito.
Em seu segmento de aves, destaca-se, no mercado interno, a comerciali-zação de frango desfiado. O bom desempenho deste produto deve-se, em parte, a um acordo fechado com a rede de fast-food Habibs para fornecer 52 toneladas por mês.
Já no setor de suínos, o maior destaque no mercado interno são as lingüiças, e no externo, produtos como lombo e carré na forma de corte. Suas receitas com exportações tiveram um crescimento de 37% em 2001.
Sadia
O crescimento de 23,3% no faturamento bruto da Sadia garantiu-lhe a permanência no primeiro lugar, posição que vem defendendo desde 1996. A participação brasileira no mercado russo e o aumento da demanda européia contribuíram para o crescimento das exportações e, conseqüentemente, para o excelente resultado da empresa, que bateu recorde de toneladas exportadas (469 mil) e aumentou suas receitas em exportações na ordem de 73%, devido ao efeito cambial e também a melhorias no mix de produtos.
O aumento na receita e a estabilidade nos custos garantiram um excelente desempenho da empresa no ranking dos indicadores financeiros, subindo para a segunda colocação. Todos os índices apresentaram melhoras em relação ao ano de 2000. Além do maior faturamento, a Sadia obteve o menor índice de imobilização do Patrimônio Líquido. A diminuição deste indicador resultou do aumento de 82,7% no lucro acumulado, aumentando com isto o Patrimônio Líquido da empresa.
Seu segmento de aves teve queda nas vendas de 2001 devido ao redirecionamento da produção ao mercado externo, onde houve uma evolução de 25% nas vendas.
Já o de suínos cresceu 1,7% em volume e 25% em faturamento, ajudado pelo aumento do preço médio dos mercados e pelo incremento da demanda no mercado internacional, onde suas receitas cresceram 172%.
Avipal
Ao contrário do ano passado, a Avipal conseguiu um crescimento satisfatório do seu faturamento que chegou a R$ 1.488.117,00, ou seja, um crescimento de 28% em relação ao ano anterior, o qual o ano passado foi de 0,5%. Esse resultado fez com que a Avipal garantisse a terceira posição no ranking das maiores empresas.
Por outro lado, no ranking das melhores empresas a Avipal caiu da primeira para a terceira posição. Isso se deu devido, principalmente à queda de alguns índices como margem líquida, rentabilidade do patrimônio líquido e rentabilidade do ativo. Ou seja, a empresa enfrentou problemas com relação a sua lucrativi-dade e rentabilidade.
E foram justamente esses mesmos índices os responsáveis pela alavancagem da empresa dentro do ranking no ano passado. Como exemplo, o lucro líquido da empresa no ano anterior teve um crescimento de 422,88% e em 2001 cresceu apenas 10,25%.
Contudo, em outros índices como participação de capital de terceiros, liquidez geral e liquidez corrente a empresa obteve o melhor desempenho dentre todas as outras analisadas o que fez com que a empresa ficasse com o terceiro posto no ranking das melhores empresas.
Seara
A Seara foi incluída na análise em 1999 e desde então tem ocupado a quarta posição no ranking faturamento; atrás da Sadia, Perdigão e Avipal. O crescimento de 38,7% foi fruto das oportunidades proporcionadas pelo mercado em 2001- crescimento da demanda no mercado Russo e Europeu em geral e benefícios da desvalorização da moeda nacional – o que permitiu maior competitividade no mercado internacional. As exportações representaram 63% da receita total, contra 46% no período anterior.
A colocação da Seara na análise dos indicadores financeiros foi também o quarto lugar. O resultado alcançado teve como mérito a estabilidade da empresa, uma vez que não houve grandes oscilações de posição dentro dos índices analisados. A exceção negativa se deu no indicador Imobilização de recursos não circulantes (Ativo Permanente sobre Patrimônio Líquido + Exigível a longo Prazo), o que segundo as notas explicativas da empresa foi conse-qüência dos seguintes investimentos: ampliação da capacidade de abate de frangos da unidade de Itapiranga (SC), de 70.000 para 140.000 cabeças diárias, que envolveu a duplicação da capacidade do incubatório e a construção de uma nova fábrica de rações; construção de uma planta de processamento de carne de frango cuja produção é destinada ao mercado externo, e que foi inaugurada em dezembro de 2001; ampliação da capacidade de abate de frangos nas unidades de Seara (SC) e Sidrolândia (MS); ampliação das capacidades das plantas de abate de suínos e de industrialização de carnes da unidade de Dourados (MS); diversos projetos de melhorias nos processos industriais e em projetos de redução de custos.
Frangosul
A Frangosul manteve praticamente a mesma posição tanto no ranking do faturamento quanto no ranking dos indicadores. O quinto lugar da empresa no primeiro ranking foi conseqüência do aumento de 46% no seu faturamento bruto em relação ao ano anterior.
No ranking dos indicadores financeiros, embora não tenha atingido a sua melhor posição (primeira colocada na análise de 1999), a Frangosul melhorou bastante em relação ao ano passado, saltando da nona para a quinta colocação.
Os altos custos e despesas em 2000 foram os responsáveis pelo seu prejuízo e, conseqüentemente, pela queda na sua rentabilidade. Em 2001, a empresa conseguiu reverter este quadro. O lucro obtido no final do exercício proporcionou margem líquida positiva, aumentou a rentabilidade tanto dos ativos quanto do patrimônio líquido, além de gerar maior liquidez corrente (0,76 para 1,248).
Perdigão
Assim como ocorreu com as demais empresas, o faturamento da Perdigão em 2001 também superou o ano de 2000, em 35%. Este crescimento é explicado não só pelos problemas que afetaram a Europa – “vaca-louca” e febre aftosa -, como também pela desvalorização cambial, o que ampliou a presença da empresa nos mercados europeu, asiático e do Oriente Médio. Já no mercado interno, apesar da crise energética, os avanços de sua política de internacionalização e inovação tecnológica tiveram reflexos nos números da empresa.
A classificação como o segundo maior faturamento dentro das empresas analisadas do setor agroindustrial já vem desde 1996 (início da análise), atrás somente da Sadia.
No entanto, no ranking dos índices financeiros, houve uma queda na posição da Perdigão. Este fato não é conseqüência de uma piora significativa de seu desempenho financeiro, mas sim da ascensão das demais empresas, exceto no quesito margem líquida, no qual a perdigão foi a melhor colocada (7%).
Diferente do ocorrido em 2000, o indicador que sofreu maior queda foi a liquidez corrente (ativo circulante sobre passivo circulante) que foi de 1,30 em 2000 foi para 1,03 em 2001. Esta queda é explicada principalmente pela conta dividendos e juros sobre capital próprio a pagar, que aumentou de 9.683 para 35.177 milhares de reais.
Chapecó
O aumento de 70,8% no faturamento da Chapecó foi conseqüência dos investimentos realizados na ampliação das linhas de produção, pelo significativo aumento das exportações e pela melhora na distribuição dos produtos no mercado interno. O incremento de 33,1% nas vendas impulsionou os bons resultados da empresa, segundo o relatório da administração.
Apesar deste significativo aumento, a posição da Chapecó não foi das melhores. As vendas de 683.281 milhares de reais em 2001 representaram apenas 6% do fatura-mento total das empresas do setor avícola e de suínos analisadas, o que lhe garantiu o sexto lugar.
O último lugar no ranking dos indicadores financeiros foi resultado de um lucro operacional negativo de 51.843 milhares de reais. Os maiores contribuintes para este quadro foram o aumento de 104% nas despesas com vendas, despesas operacionais e manutenção (dez vezes maior que 2000) e o aumento de 304% nas despesas financeiras.
O prejuízo de 2001 resultou, principalmente, na queda na rentabilidade dos ativos, rentabilidade do patrimônio líquido e no valor econômico adicionado (EVA) negativo de -235.038 milhares de reais.
Todos os Índices da Análise das Empresas em 2002