Redação AI 25/09/2002 – A decisão da União Européia de aumentar a taxação do frango brasileiro de 15% para 75% pode representar a perda de emprego nas agroindústrias catarinenses, caso a decisão não seja revertida.
O diretor industrial da Coopercentral Aurora, Vicenzo Mastrogiacomo, disse que a medida inviabiliza as exportações para este mercado. A alternativa para escapar da taxação seria elevar o nível de sal para 2%, mas isso acabaria tornando o produto inviável para utilização como matéria-prima.
Como o mercado europeu é o destino de boa parte dos cortes de peito, a perda em receita anual seria de aproximadamente R$ 300 milhões. Mastrogiacomo disse que isso acabaria refletindo numa redução de produção e, conseqüentemente, na dispensa de pessoas das salas de corte.
“É uma medida drástica que pode acontecer”, disse Mastrogiacomo. No entanto, o diretor da Aurora acredita que o Brasil vai conseguir encontrar alternativas para esta medida. Uma delas é destinar parte da produção para o Canadá Mas é um mercado insuficiente para absorver o que é enviado para a Europa. A Associação Catarinense de Avicultura confia numa intervenção federal.
A intervenção é defendida pelo Sindicato dos Criadores de Aves de Santa Catarina (Sincravesc). O presidente da entidade, Valdemar Kovaleski, disse que a questão vai depender muito da diplomacia brasileira “para nos defender”.
O avicultor Irineu Braga, de Chapecó, disse estar preocupado. A falta de milho, a alta do dólar e a taxação européia podem se refletir na rentabilidade do lote de perus do avicultor. Ele disse que parte da produção, principalmente peito, vai para a Europa. Atualmente o ganho é de R$ 1 mil por mês no aviário. Braga considera que o valor ainda é razoável, mas caso ocorra uma redução não compensará o trabalho.