Redação AI 17/10/2002 – Os avicultores do Nordeste vão contar com um reforço de 150 mil toneladas de milho que serão leiloadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a partir da próxima quinta-feira (24). Prevendo um risco de desabastecimento, os produtores de frango solicitaram ao Ministério da Agricultura, há um mês, a continuação dos leilões que seriam encerrados nesta quinta-feira. O resultado positivo foi dado ontem, durante a reunião da União Brasileira de Avicultores (Uba), em São Paulo.
Segundo o presidente da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), Edilson Santos Júnior, o milho será leiloado em lotes semanais de 20 mil toneladas, mas Pernambuco ainda vai precisar continuar importando milho de Barreiras, no Sul da Bahia, do Piauí e do Maranhão para conseguir atender à demanda de 50 mil toneladas mensais. O Estado é o maior produtor do Nordeste, detendo 50% da produção regional, e produz hoje 7,5 milhões de pintos de corte por mês e quatro milhões de ovos por dia.
O milho que será leiloado pela Conab é produzido em Mato Grosso do Sul, o que livra o setor avícola da discussão sobre os riscos da importação de grãos transgênicos. O preço está sendo cotado pela média do dólar dos últimos quatros meses, o que o torna mais acessível aos produtores nordestinos que contam com o Programa de Abastecimento de Milho. A expectativa do presidente da Avipe é que no leilão, o preço mínimo da saca de 60 quilos, que só será divulgado na próxima Terça-feira, fique em torno de R$ 27,00, o mesmo valor atual do mercado.
O estoque da Conab representa uma alternativa para a avicultura escapar da variação do dólar, que vem afetando os outros insumos do setor como a soja, o farelo de soja, vitaminas, aminoácidos e o farelo de trigo. `Estamos comprando a maior parte dos insumos pelo dólar do dia e enfrentando o prejuízo da alta da moeda americana`, revela Edilson Santos Júnior.
Atualmente o Nordeste é o quinto produtor nacional de ovos e o sexto produtor de carne de frango. Pernambuco movimenta R$ 492 milhões, emprega 120 mil pessoas e produz cerca de 110 milhões de aves/ano. Segundo Edilson Santos Júnior, a avicultura pernambucana poderá crescer, no máximo, entre 3% e 4% este ano em relação ao ano passado – o que representa apenas um crescimento vegetativo e não real.