Redação AI (12/04/2001) – As empresas exportadoras de frango têm sido fonte de excelentes notícias para o País. Estimuladas pela demanda crescente na Europa, em conseqüência dos problemas sanitários do rebanho bovino, como o mal da vaca louca e a febre aftosa, as exportações brasileiras de carne de frango em março bateram recorde absoluto na história do setor, por exemplo. Nesse mês foram embarcadas 106.318 toneladas – 49.878 toneladas de aves inteiras e 56.440 toneladas de cortes -, com crescimento de 58% sobre março do ano passado conforme relatório divulgado pela Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef). A entidade destaca no relatório divulgado à imprensa que pela segunda vez consecutiva os cortes de frango apresentaram melhor performance do que o frango inteiro. “Do total embarcado em março, 53% pertencem a categoria cortes de frango, e os demais, 47%, a frangos inteiros”, escreve o diretor-executivo, Cláudio Martins.
A receita cambial, pela primeira vez, ultrapassou a barreira dos US$ 100 milhões no mês, atingindo a US$ 108,579 milhões, 74% superior à registrada em igual mês do ano passado. Contribuíram para este recorde os cortes de frango, com receita de US$ 63,376 milhões, 65% superior à de março do ano passado. O faturamento com frango inteiro foi de US$ 45,203 milhões, 88% superior ao de março de 2000.
Primeiro trimestre – Os embarques de cortes de frangos no primeiro trimestre somaram 139.302 toneladas, 50% mais do que em igual período do ano anterior, e a receita foi de US$ 159,6 milhões, 60% maior. O segmento frango inteiro também teve bom desempenho trimestral, tendo sido exportadas 134.890 toneladas, representando 25% de crescimento sobre igual base de 2000. A receita apurada foi de US$ 121 milhões, com evolução positiva de 37%. O preço médio retornou aos patamares superiores aos mil dólares, atingindo a US$ 1,035./tonelada, crescimento de 9,5%.
A União Européia comprou no trimestre quase 55 mil toneladas de carne de frango, em sua grande maioria de cortes de peito, um volume 167% superior ao embarcado àquele continente nos primeiros três meses de 2000. A receita apurada com os europeus chegou US$ 93 milhões com crescimento de 220%. A liderança nas compras é da Alemanha, seguida pelos Países Baixos, Reino Unido e Espanha que, juntos, foram responsáveis por 92% das compras comunitárias. A Ásia vem em segundo lugar.
O Oriente Médio, grande comprador de frangos inteiros, ficou na terceira maior região compradora do frango brasileiro, com crescimento de 38% em volumes e de 43% na receita cambial. O maior comprador individual de frangos do Brasil é a Arábia Saudita, cujas importações cresceram 18% em volumes e 28,5% nos valores.
Ainda segundo o levantamento da Abef, houve queda nas vendas para o Mercosul, por conta das ações protecionistas do governo argentino. O recuo nas vendas para este mercado foi de 65% em volume e a 56% em valores. A direção da entidade aguarda para os próximos dias a decisão do Tribunal Arbitral do Mercosul que julga as medidas protecionistas em prática contra as exportações brasileiras.