No Brasil, o dia 28 de julho é marcado como o Dia do Agricultor, uma data que celebra o trabalho árduo e dedicado de milhões de homens e mulheres que cultivam a terra para garantir a produção de alimentos essenciais para a mesa das famílias brasileiras. Nesse contexto, a agricultura familiar ocupa um lugar de destaque, representando 77% do total de estabelecimentos agropecuários no país, apesar de ocupar apenas 23% da área destinada a essas atividades, de acordo com o último Censo Agropecuário realizado em 2017. Esse setor é composto por 3,8 milhões de famílias, responsáveis por cerca de 67% das ocupações na atividade agropecuária, sendo uma fonte vital de alimentos para a população.
Em entrevista à Gessulli Agrimídia, a secretária-executiva em exercício do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Raquel Ribeiro Martins fala sobre a importância de políticas voltadas para a agricultura familiar. “Além da representatividade do setor, em termos econômicos e políticos, a existência de um ministério específico é estratégico para a promoção de um desenvolvimento rural sustentável e inclusivo”, pontua.
“As políticas do MDA consideram não apenas preceitos produtivistas, mas se baseiam em princípios como a inclusão social, a produção sustentável e a melhoria das condições de vida no meio rural. Além disso, a pasta tem um papel fundamental na democratização do acesso à terra, para a gestão territorial da estrutura fundiária e promoção da paz no campo, questões fundamentais para o alcance da soberania alimentar, o desenvolvimento econômico, social e ambiental do país”, reforça.
Potencial brasileiro
Sobre o potencial de crescimento desse setor, Raquel destaca que, apesar de enfrentar crises e falta de apoio político e econômico em determinados momentos, a agricultura familiar tem se mostrado resiliente e capaz de aumentar a produção em diversos produtos agrícolas. Estimular esse crescimento por meio de políticas que garantam acesso à terra, assistência técnica, crédito e compras públicas pode contribuir para o aumento da participação da agricultura familiar na produção nacional e no combate à pobreza e fome no país.
A profissional enfatiza que o ministério tem se dedicado a fortalecer e apoiar a agricultura familiar no Brasil por meio de diversos programas e projetos. Um dos principais instrumentos é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que oferece crédito com taxas de juros reduzidas e melhores condições de pagamento para os produtores familiares. Essa iniciativa tem se mostrado eficaz em fomentar o desenvolvimento do setor.
Além disso, a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER), segundo ela, fornece serviços de assistência técnica e capacitação voltados para a agroecologia e práticas sustentáveis de produção, bem como o acesso a políticas públicas de crédito, comercialização e cidadania.
O incentivo ao cooperativismo e associativismo solidário, bem como à agroindustrialização e à inclusão sanitária e certificação da produção familiar, também são aspectos destacados pela porta-voz. igualmente relevantes para agregar valor aos produtos e melhorar a competitividade no mercado.
Raquel também ressalta a importância estratégica da comercialização dos produtos da agricultura familiar. “Com programas de compras públicas, garantimos um canal direto de escoamento da produção para as escolas e órgãos governamentais, além de estimular a participação em feiras e mercados privados”, afirma a porta-voz do MDA. Tais iniciativas são fundamentais para impulsionar a economia local e a distribuição dos produtos agrícolas produzidos pelas famílias rurais, fortalecendo a agricultura familiar em todo o país.
Neste Dia do Agricultor. a Gessulli Agrimidia homenageia esses profissionais que se dedicam ao campo. O coração que nutre a colheita do progresso rumo ao futuro sustentável!