A Dow AgroSciences deve anunciar oficialmente nos próximos dias um investimento de R$ 80 milhões para a construção de uma unidade de beneficiamento de sementes de milho em Luís Eduardo Magalhães, um dos principais municípios do polo de produção de grãos do oeste baiano. Com o investimento, a companhia reforça sua presença nesse segmento e aprofunda a estratégia de aumentar sua participação no mercado de sementes de milho, em curso desde 2007.
Procurada, a companhia confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, o investimento, mas preferiu não conceder entrevista. Dow e governo baiano assinaram o protocolo de investimento na semana passada. O cronograma dos desembolsos ou a perspectiva de conclusão do investimento na Bahia não foram apresentados. Representantes da Secretaria Estadual de Agricultura e também da de Indústria, Comércio e Mineração do Estado não foram localizados ontem para falar sobre o projeto.
De acordo com os termos do documento assinado entre Dow AgroSciences e governo baiano, a empresa prevê a geração de 100 empregos diretos e outros 100 indiretos. Com a planta, a companhia projeta faturamento anual de R$ 66 milhões e uma produção de 660 mil sacas de sementes de milho por ano, volume que, segundo as informações do protocolo de investimento, representa 5,5% da produção de sementes de milho do País.
A assinatura do protocolo formaliza a concessão dos benefícios do Desenvolve, programa do governo baiano que concentra o pacote de benefícios fiscais concedido para indústrias que negociam sua instalação no Estado. O governo comprometeu-se ainda a ceder terreno de cerca de 90 mil metros quadrados para a instalação da planta.
No agronegócio, a Dow AgroSciences atua também no segmento de defensivos. A área de sementes, contudo, tem sido considerada crucial na estratégia global do grupo e recebeu aportes significativos nos últimos tempos. Em outubro 2008, a Dow comprou a maior unidade de produção de sementes de milho híbrido da Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec), localizada em Paracatu (MG) – a planta é vizinha da unidade mineira da Dow.
Na ocasião, o segmento de sementes já era responsável por 25% do faturamento da companhia no mercado brasileiro – a Dow projetou que o negócio aumentaria em 20% sua capacidade de produção nessa área. Também na ocasião, o plano de instalação de uma unidade em Luís Eduardo Magalhães já estava em gestação.
Em julho de 2007, a Dow fechou também a compra da divisão de sementes de milho da brasileira Agromen. A série de negócios incluiu ainda a aquisição no exterior, meses antes, da holandesa Duo Maize e a Maize Technologies International, da Áustria.
A presença da Dow no agronegócio incluía a área de saúde animal, mas a companhia decidiu sair desse segmento. A linha tinha apenas um produto e, por falta de escala, segundo análise interna, decidiu-se pela venda do segmento para a Ouro Fino Agronegócio, de Cravinhos (SP). O negócio foi fechado neste ano.