A quebra na safra de soja causada pela seca no Sul do país deverá reduzir a produção e as exportações do grão neste ano em 4,2 milhões de toneladas, de acordo com novas projeções da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), entidade que representa as grandes indústrias e tradings que atuam no segmento.
Carro-chefe da balança comercial brasileira, os embarques de soja em grão passaram a ser estimados em 86,9 milhões de toneladas em 2022, ante previsão inicial de 91,1 milhões de toneladas (queda de 5%). Ainda assim, o volume representa uma alta de 1% sobre o registrado no ano passado (86,1 milhões de toneladas).
Apesar da redução na expectativa de exportações do grão, a Abiove manteve otimismo quantos aos outros produtos do complexo soja. Para o farelo, a previsão de embarques subiu de 18,1 milhões para 18,3 milhões de toneladas (alta de 6% sobre 2021), enquanto a estimativa para o óleo de soja se manteve em 1,7 milhão de toneladas (aumento de 3%).
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Com os ajustes, a Abiove passou a prever a receita das exportações do grão em US$ 46,1 bilhões em 2022, um novo recorde 19,4% maior que o batido no ano passado (US$ 38,6 bilhões). No caso do farelo, o avanço na comparação deverá ser de 9,3%, para US$ 8,1 bilhões, e no do óleo tende a ser de 9,6%, para US$ 2,2 bilhões. No total, portanto, as exportações do complexo deverão atingir o recorde de US$ 56,3 bilhões, 17,3% mais que em 2021.
Ao todo, a expectativa da associação é de que o Brasil produza 135,8 milhões de toneladas de soja em 2022, ante estimativa anterior de 140 milhões de toneladas. Caso essa colheita se confirme, ficará abaixo do recorde de 2021, quando foram produzidas 138,8 milhões de toneladas, segundo cálculos da Abiove – para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra foi de 137,3 milhões de toneladas.
Já o processamento interno de soja deverá ser de 48 milhões de toneladas (alta de 2% na comparação com 2021), mesmo índice observado na estimativa anterior, gerando 36,7 milhões de toneladas de farelo e 9,7 milhões de toneladas de óleo. Com isso, os estoques finais do grão devem encerrar 2022 em 3,9 milhões de toneladas, com queda de 35% na comparação com o ano passado (6 milhões de toneladas).
