A soja retomou a trajetória de valorização na bolsa de Chicago, após movimento de correção técnico na sessão anterior. Nesta sexta-feira, o contrato para março, o mais negociado atualmente, subiu 0,6% (9,25 centavos de dólar), para US$ 15,535 o bushel. A posição seguinte, para maio, avançou 0,7% (10,5 centavos de dólar), a US$ 15,575 o bushel.
O mercado segue acompanhando as perspectivas de quebra de safra no Sul do Brasil, na Argentina e no Paraguai, decorrência da estiagem na região. Os três países são exportadores importantes — o Brasil lidera os embarques globais. Ontem, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu em 2 milhões de toneladas, para 44 milhões de toneladas, sua estimativa de produção de soja na Argentina em 2021/22.
“As previsões indicam que esses países devem voltar a ter condições quentes e secas até pelo menos o meio do mês”, afirma o analista Jack Scoville, do Price Group, em relatório.
Em análise divulgada hoje, a AgriVisor registrou que os Estados Unidos enfrentam problemas logísticos causados pelo congelamento dos sistemas fluviais neste inverno. Segundo a consultoria, isso acontece todos os anos e tende a reduzir a disponibilidade de matérias-primas, incluindo as agrícolas.
Os entraves já afetaram os embarques americanos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que as exportações de soja somaram 1,3 milhão de toneladas na semana encerrada em 27 de janeiro, queda de 17% em relação à semana anterior.
Impulsionado pela valorização da soja e do trigo, o milho fechou o pregão de hoje em alta. O contrato para março, o mais ativo, subiu 0,6% (3,75 centavos de dólar), a US$ 6,205 o bushel.
A posição seguinte, para maio, por sua vez, avançou 0,7% (4,5 centavos de dólar), a US$ 6,2175 o bushel. O alto custo para produção de milho nos Estados Unidos, que pode levar à redução de área, e o clima ainda preocupante na América do Sul são vistos como fatores de sustentação dos preços.
Segundo o USDA, na semana encerrada em 27 de janeiro, as exportações de milho somaram 1,2 milhão de toneladas, queda de 19% em relação à semana anterior.
A AgriVisor alerta que a situação é bastante delicada para a indústria de etanol dos EUA, que opera com estoques em seu maior patamar desde abril de 2020. “Alguns fabricantes alegam que não têm como armazenar o etanol de forma adequada e manter as usinas funcionando a 100% da capacidade”, informa a empresa. Nos Estados Unidos, o milho é a principal matéria-prima do biocombustível.
Depois de duas sessões em queda, o trigo voltou a subir em Chicago. O vencimento para março, o mais negociado atualmente, avançou 1,5% (11,5 centavos de dólar), a US$ 7,6325 o bushel, e a posição seguinte, para maio, fechou em alta de 1,55% (11,75 centavos de dólar), a US$ 7,7 o bushel.