No segundo trimestre de 2023, a população ocupada no agronegócio brasileiro atingiu um recorde histórico de 28,3 milhões de pessoas, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Esse marco representa um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior e supera a máxima registrada em 2019, que era de 28,1 milhões de pessoas.
Crescimento na população ocupada ocorreu em diferentes segmentos do agronegócio:
Fonte: Cepea e CNA, com base em PNAD-C e PNAD (IBGE), RAIS e metodologia própria. Nota: *Refere-se à
projeção de trabalhadores atuantes na produção para autoconsumo, cujos valores correspondem à última
informação disponibilizada pelo IBGE, de 2019 (desde então, não há variação). ** Segundo a nova
metodologia de acompanhamento, nos anos correntes, a PO dos agrosserviços ao longo dos trimestres diz
respeito a estimativas e reestimativas da PO anual desse segmento, com base nas informações disponibilizadas
Para permitir comparações, a PO total do Brasil também foi ajustada para considerar o autoconsumo; o
número passou a englobar trabalhadores exclusivos de autoconsumo na agropecuária, exploração de minerais,
artesanato e construção civil
Agroindústria: A agroindústria registrou um aumento de 1,3% na população ocupada, equivalente a 59,02 mil pessoas. Destaque para atividades como móveis de madeira, moagem, bebidas e etanol. No entanto, a agroindústria de base pecuária enfrentou desafios, especialmente na agroindústria de laticínios, devido ao consumo enfraquecido e ao aumento das importações.
Campo: No setor agrícola, o emprego cresceu 0,7%, o que representa um acréscimo de 54,03 mil pessoas. Embora algumas atividades, como o café e cereais, tenham registrado crescimento, o segmento como um todo mostrou estabilidade na população ocupada. Na pecuária, houve crescimento em todas as atividades, com exceção da avicultura.
Agrosserviços: Os agrosserviços apresentaram um crescimento de 0,6% na população ocupada, totalizando 60,63 mil pessoas. Esse segmento está diretamente ligado à produção agrícola e pecuária, refletindo o excelente desempenho desses setores.
Ao analisar a evolução da população ocupada no agronegócio em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, observa-se um crescimento de 0,8%, o que equivale a 220,64 mil pessoas. Esse aumento supera o crescimento observado no mercado de trabalho brasileiro como um todo, que foi de 0,6% (640,59 mil pessoas).
Entre os segmentos do agronegócio, os agrosserviços se destacam com um crescimento de 7,5% na população ocupada, representando um aumento de 684,23 mil pessoas. Esse desempenho reflete o excelente resultado da produção agrícola, que impulsionou serviços de transporte, armazenagem, comércio e outros relacionados ao agronegócio.
No que diz respeito aos insumos agrícolas, houve um crescimento relativo da população ocupada de 6,7%, impulsionado pela expansão prevista na produção agropecuária em 2023. No entanto, os segmentos agroindustrial e primário enfrentaram reduções na população ocupada, com destaque para a agricultura, que viu uma queda de 6,1% em “outras lavouras” e reduções significativas na horticultura, café e cereais.