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Biomassa & Bioenergia

AveSui: "Falta qualidade para utilização eficaz da biomassa na agroindústria", afirma Waldir Quirino

Analista e engenheiro florestal responsável pela área de energia do Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do Serviço Florestal Brasileiro, Waldir Quirino.

“O potencial e a aplicação da biomassa na produção da agroindústria”, foi o tema da palestra do analista e engenheiro florestal responsável pela área de energia do Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Waldir Quirino, que coordenou o Painel de Biomassa & Bioenergia durante o I Seminário Internacional realizado no primeiro dia da AveSui 2012 no Expo Center Norte, em São Paulo (SP). Quirino, além de elucidar as funções do SFB, falou sobre o contexto do segmento de biomassa dentro da indústria alimentícia, onde os setores de aves e suínos estão inclusos. “O setor de Alimentos e Bebidas consome 28,3% de toda biomassa utilizada no país, o que representa grande diferencial e pode, inclusive, influenciar nas políticas públicas de energia”, falou o analista.

No entanto, um dos pontos cruciais da utilização de biomassa ressaltados pelo palestrante foi a qualidade do produto. Por possuir baixa densidade energética, os resíduos, que podem provir de diversas fontes como florestas plantadas, bagaço de cana, casca de arroz, lixo urbano, etc, devem ser tratados a fim de retirar a umidade da matéria-prima para, em seguida, serem processados. “A pergunta que mais ouço das indústrias em geral é: – Onde encontrar uma biomassa de qualidade? – O Brasil já possui tecnologia para tratar seus resíduos, mas é um segmento mal explorado. Ainda não conseguimos que as empresas adaptem suas caldeiras para receber esse tipo de material”, explicou Quirino.

Classificação e tecnologia – O Laboratório de Produtos Florestais (LBF), propôs nove classes de compactados brasileiros (briquetes ou pellets), considerando todas as formas de densificação e tratamentos dos compactados. Além de compactada, a biomassa também pode ser consumida na forma de partículas, como serragem de madeira.

Quirino também ressaltou as tecnologias para tratamento de biomassa para uso energético. “O Brasil possui excelente tecnologia para moagem e picagem, que consiste nos primeiros e mais simples processos de homogeinização, até moinhos e demais equipamentos para tratamento de madeiras e biomassa em geral”, enfatizou. “Nosso mercado também possui rachadores e queimadores pirolíticos de biomassa, úteis para processá-las em diversos formatos”, complementou o analista, destacando que metodologia não é o problema da indústria, e sim o empenho do setor.

Considerações – Para finalizar sua palestra, Quirino elencou uma série de sugestões para o desenvolvimento do setor. “Acredito que a sociedade deve ser incentivada a abandonar a eliminação, promovendo a recuperação com a valorização econômica dos resíduos, limitando o descarte apenas aos resíduos finais, ou seja, os que não têm mais valor econômico”, disse.

Grandes consumidores industriais não possuem oferta suficiente de combustível de biomassa tratada, com qualidade e garantia de abastecimento. “Esse é um dos gargalos que impedem o fornecimento e utilização em larga escala. Forma-se um grande espaço entre a oferta e a demanda. É necessário padronizar, incitar políticas que definam, de uma vez por todas, que este é um setor em pleno crescimento no Brasil”, determinou o palestrante.

Painel de Biomassa & Bioenergia – Além da palestra do coordenador, Waldir Quirino, ainda compuseram o Painel a professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Angélica Carneiro, falando sobre a produção de carvão vegetal e a importância da qualidade das madeiras para fabricação de aço e ferro gusa e o especialista em Energia de Biomassa do Departamento de Engenharia Florestas da UnB, Ailton Teixeira do Vale, explanando sobre a qualidade da lenha e biomassa para a indústria.