O mercado de suínos segue em estabilidade na maioria das regiões do Brasil. Como reflexo de poucas alterações das cotações do mês de maio, a tendência dos próximos dias é a manutenção dos preços, sem perspectiva para baixas. O mercado em Minas Gerais, por exemplo, está ajustado, sendo a oferta bastante compatível com a demanda. Segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), essa semana os produtores comercializaram o quilo do suíno vivo a R$ 2,80, o mesmo preço trabalhado durante todo o mês. Para o proprietário dos frigoríficos FrigoBet e FrigoMatos, de Minas Gerais, Mauro Soares Costa, as vendas tem apresentado queda nos últimos dias e a margem de lucro diminuído. “A comercialização melhorou com a chegada das baixas temperaturas, mas o consumo está muito baixo se comparado a mesmo período do ano passado”. Santa Catarina também houve acomodação nos preços esta semana. Segundo a Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS) o quilo do suíno vivo foi comercializado a R$ 2,30.
O Rio Grande do Sul apresentou queda nos últimos dias, comercializando o quilo do suíno entre R$ 2,20 e R$ 2,25, cerca de R$ 0,10 a menos que na semana anterior. Para a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), o momento é de apreensão, já que não está retração do mercado não era esperada, principalmente nesta época do ano, que registra os melhores índices de consumo. Na região, os custos de produção têm aumentado com a melhora no mercado de milho e, com isso, diminuindo a margem de lucro do produtor. Edson Zancanaro, produtor de Erechim na região norte do Rio Grande do Sul, conta que também houve baixa na cotação chegando essa semana a R$ 0,20 a menos que o comercializado há 10 dias atrás. “Os produtores da região estão cautelosos, temendo uma sucessão de queda no preço. Esse mês houve aumento dos custos de produção e também dos ingredientes de ração, o que aumenta ainda mais a preocupação”.
O estado de São Paulo também apresentou variação nesta semana. O preço de comercialização da arroba foi de R$ 50,00 a arroba, o equivalente a R$ 2,67 o quilo do suíno vivo, segundo a Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). O valor praticado apresentou queda de R$ 0,05 se comparado com a semana anterior. As sucessivas baixas nas cotações têm afetado diretamente o mercado, que nos últimos dias está superofertado.
Declarações
Como grande comprador, as mudanças de consumo no mercado paulista refletem diretamente as cotações aqui em Santa Catarina. Outro fator tem afetado a comercialização é o aumento de peso dos animais, pois o com baixo custo de produção, os produtores estão buscando agregar mais valor à carcaça.
Wolmir de Souza, presidente da ACCS
A situação atual de queda nos preços foi como um balde de água fria nos produtores, que começaram a colocar em dia as contas de 2009. A expectativa era de melhora, já que esses meses há alta no consumo. O momento é de cautela, mas aguardamos uma reação de mercado.
Valdeci Folador, presidente da Acsurs
O mercado está estabilizado em Minas e não vemos justificativa para queda nos preços. A oferta e a demanda estão bastante ajustadas. Porém, em algumas regiões, os produtores estão aumentando o peso dos animais para ampliar um pouco mais a rentabilidade.
José Arnaldo Penna, presidente da Asemg